Embraer encara a Sukhoi por ambiciosa parceria para produzir aviões na Índia

Governo indiano pretende criar empresa para montar uma aeronave de até 100 assentos em Gujarat e negocia com fabricantes globais, segundo fontes da Bloomberg
A Embraer exibiu o E190-E2 em Farnborough com uma pintura especial (Embraer)
A Embraer já teria concluído as negociações preliminares com o governo indiano (Embraer)

A Embraer pode se tornar parceira do governo da Índia num ambicioso projeto de fabricação de um avião de passageiros de até 100 assentos no estado de Gujarat, no oeste do país.

A fabricante brasileira seria uma das empresas que negociam com o governo de Narendra Modi e já teria concluído as discussões preliminares sobre o projeto, segundo fontes ouvidas pela Blooomberg.

Outra concorrente seria a Sukhoi, diz a agência de notícias, que teria manifestado interesse em participar da parceria. A famosa empresa que projeta os principais caças russos é parte do grupo United Aircraft Corporation (UAC) e desenvolveu o jato regional SSJ100.

Segundo as pessoas que tiveram acesso ao projeto, o plano é criar uma nova empresa em que o governo indiano teria 51% do capital e o parceiro estrangeiro, 49%. Uma das condições exigidas é que haja transferência de tecnologia no programa.

A Sukhoi também participa das sondagens, mas seu avião, o SSJ100, depende de componentes ocidentais, hoje proibidos de serem fornecidos (UAC)

Jatos E2 e turboélice de nova geração

As discussões da Embraer com autoridades indianas já ocorrem há algum tempo, afinal o mercado de aviação da Índia é considerado o mais promissor do mundo, com sua população de 1,4 bilhão de pessoas e um território consideravelmente grande.

Apesar das viagens aéreas terem se expandido graças aos investimentos das companhas aéreas locais, pequenas e distantes cidades ainda carecem de conectividade.

A Embraer afirmou a Bloomberg que a Índia tem oportunidades significativas para seus jatos regionais como a família E2, mas é sabido que a empresa também busca parceiros para tirar do papel seu turboélice de nova geração.

Concepção artística do turboélice de última geração da Embraer (Divulgação)
Concepção artística do turboélice de última geração da Embraer: empresa brasileira conversa com empresas indianas para viabilizá-lo (Divulgação)

O avião, que terá entre 70 e 100 assentos, certamente será um modelo com melhores condições de atender aeroportos com infraestrutura precária.

Siga o AIRWAY nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

A situação da Rússia, por sua vez, é conflituosa. Embora a Índia mantenha relações com o governo de Vladimir Putin, o jato SSJ100 depende de componentes ocidentais para ser fabricado.

Uma variante indiana não poderia ter a UAC como sócia, exceto de utilizasse peças russas, nesse caso a nova variante SSJ-New, em desenvolvimento no país.

O governo da Índia teria sondado ainda a ATR para fabricar seus turboélices que hoje são bastante utilizados no país.

Total
0
Shares
2 comments
  1. Excelente oportunidade para a Embraer!!! Possibilidade de alavancar ainda mais a nossa “transnacional”!!!

  2. Excelente notícia. Vai dar escala à EMB. Fugindo do tópico, recapitulando as JV, no início dos anos 2000, EMB 51% e China 49%: Objetivo era entrar no mercado Chinês. Há uns anos atrás, Boeing 80% EMB 29% : Objetivo era reduzir custos e aumentar o poder de vendas com o peso da Boeing.

Comments are closed.

Previous Post

Airbus alerta clientes sobre longas esperas por entregas do A321XLR

Next Post

TABA, a aventura da companhia aérea da selva amazônica

Related Posts
Total
0
Share