Superada a pandemia, a Embraer prevê recuperar a produção e a entrega de aeronaves de passageiros aos níveis de antes da crise sanitária nos próximos anos.
Em entrevista a jornalistas durante um evento em Portugal, Arjan Meijer, presidente-executivo da Embraer Aviação Comercial, disse que “até 2026, poderemos voltar a (produzir e entregar) cerca de 100 aeronaves por ano”, conforme citado pelo Flight Global.
A última vez que a Embraer encerrou um ano com mais de 100 jatos comerciais entregues foi em 2017, quando enviou 101 aeronaves aos clientes. Em 2022, a empresa entregou 57 E-Jets de primeira e segunda geração, número que pode subir para até 70 aviões neste ano, segundo a projeção da fabricante.
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Na visão de Meijer, o crescimento nas entregas de E-Jets será resultado do aumento da demanda por novos aviões comerciais ao redor do mundo, bem como a adequação da cadeia de suprimentos e a solução da escassez de pilotos nos Estados Unidos, onde está o maior mercado da Embraer.
O chefe da Embraer Aviação Comercial indicou que a empresa realiza atualmente campanhas que podem resultar na venda de 200 E-Jets E2. Essas oportunidades podem vir de companhias aéreas que buscam substitutos para antigos jatos E1 ou de modelos Airbus A319 e Boeing 737-700.
Meijer também apontou que os jatos da série E2 tem forte potencial de vendas na China e que os aviões brasileiros podem atuar ao lado dos produtos da estatal chinesa COMAC. “Acreditamos que eles poderiam coexistir perfeitamente e complementar os produtos chineses”, disse o executivo, referindo-se aos ARJ21 e ao recém-introduzido C919.
E175 de primeira geração segue vivo
Maior sucesso de vendas da Embraer Aviação Comercial, o E175 de primeira geração deve experimentar uma nova onda de pedidos nos EUA, onde voam a maioria desses aparelhos, de acordo com Meijer.
O E175 é o avião preferido das empresas regionais dos EUA nos últimos anos. Por lá, esse mercado é regido por uma cláusula de escopo dos sindicatos de pilotos que limita o peso máximo de decolagem e a quantidade de passageiros que as aeronaves dessa categoria podem transportar. Como não houve uma mudança nessas regras, a Embraer congelou o projeto do E175-E2, já que ele não se encaixa nos requisitos atuais.
Meijer observou que as operadoras do E175 nos EUA devem buscar substitutos para as frotas atuais e a solução, no momento, serão unidades novas da mesma aeronave.
“Temos campanhas ativas nos Estados Unidos e esperamos anunciar alguns desenvolvimentos em breve”, concluiu o executivo.