A Embraer está levando a sério a possibilidade de concorrer com a Boeing e a Airbus no segmento de jatos de fuselagem estreita, o de maior demanda no mercado de aviação comercial.
Segundo reportagem do jornal americano Wall Street Journal desta quarta-feira, a fabricante brasileira realizou estudos internos que confirmaram que ela possui conhecimento técnico e capacidade de manufatura para “desenvolver uma aeronave de fuselagem estreita de próxima geração”.
O artigo citou pessoas familiares com o assunto, mas não detalhou mais informações sobre o possível rival do Airbus A320 e do Boeing 737.
Atualmente a Embraer é a terceira maior fabricante de jatos comerciais no mundo, mas a uma distância enorme de Airbus e Boeing em termos de pedidos.
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Enquanto a empresa brasileira tem 380 aeronaves comerciais pendentes de entrega, a Airbus possui mais de 8.600 jatos para serem entregues.
Sua linha mais recente, os jatos E2, pode transportar de 100 a 146 passageiros, chegando a rivalizar com variantes como o Boeing 737 MAX 7 e o Airbus A319neo, embora oferecendo um alcance menor.
Investimento elevado
Como mostramos dois meses atrás, a Embraer está planejando lançar uma nova linha de aeronaves dentro de dois anos, mas ainda não teria definido qual segmento ela escolherá.
Francisco Gomes Neto, CEO da empresa, afirmou à Aviation Week que há condições técnicas para um jato comercial maior, porém, que não é o momento para lançá-lo.
Um dos desafios é levantar os recursos financeiros necessários para uma programa como esse. O caminho mais provável é com parceiros de risco, possivelmente de países com grande mercado potencial como a Índia.
A despeito disso, trata-se de um tipo de aeronave com uma enorme demanda frustrada por problemas nas linhas de montagem de Airbus e, sobretudo, Boeing.
A gigante dos EUA está num beco sem saída com o 737. Ela pode até resolver os problemas técnicos e de qualidade da aeronave, mas sabe que a aeronave envelheceu e está no limite de suas possibilidades.
Um presente para companhias aéreas e arrendadoras
Já um eventual jato projetado do zero pela Embraer tem amplas possibilidade de se mostrar mais atraente e eficiente que até mesmo a celebrada família A320neo.
Para as companhias aéreas e arrendadoras, um novo player seria uma ótima notícia já que a situação atual é preocupante, com uma fornecedora sobrecarregada (Airbus) e outra abalada com escândalos (Boeing).
A questão, no entanto, é de timing. Essa hipotética aeronave apostaria nos atuais turbofans e suas ainda elevadas emissões de carbono? O jato poderia ser preparado para absorver novas tecnologias? Ou seria melhor esperar por uma definição de alternativa de propulsão?
São respostas que os executivos da Embraer terão de trazer à mesa antes de uma decisão favorável ao projeto.
Embraer rebate reportagem
Após a repercussão do artigo do Wall Street Journal, a Embraer emitiu comunicado em que nega planos de desenvolver uma nova aeronave comercial.
“A Embraer certamente tem capacidade para desenvolver uma nova aeronave de fuselagem estreita. No entanto, temos um portfólio jovem e de muito sucesso de produtos desenvolvidos nos últimos anos, e estamos realmente focados em vender esses produtos e tornar a Embraer maior e mais forte”, disse um porta-voz da empresa à Reuters.
Ainda de acordo com a Embraer, “não temos nenhum plano para um ciclo considerável de investimentos neste momento”.
Nota do editor: o artigo foi atualizado para incluir a resposta da Embraer à reportagem do jornal dos EUA.
Bom, que o 737 está deixando um enorme vácuo para concorrência está.
O interessante é que a Boeing diz que está esperando duas novas tecnologias (pelo menos) serem avaliadas pra ver qual vai ser o caminho a perseguir. Uma é a possibilidade de aviões supersônicos, e a outra é aquele estudo junto a NASA sobre asas cantilever.
Supersônico completamente fora de questão
A tecnologia das asas sim, é preciso acertar pra não ficar com um avião novo mas defasado
Mas outro problema é o sistema de propulsão
Turbofans comuns seria a aposta menos arriscada, utilizando combustíveis sustentáveis. Mas, existe o risco de novas tecnologias chegarem de repente e envelhecerem o projeto de um ano pra outro. E ainda há a questão da fuselagem. O ideal seria a Embraer dominar e usar a tecnologia dos materiais compósitos.
São tantas variáveis em jogo, que nesse momento ela teria que arriscar não apenas dinheiro e tempo. Teria que fazer escolhas, focar nelas e torcer pra alguém não aparecer com uma tecnologia que faça seu avião já nascer obsoleto.
A época certa, o timing ideal, foi na época que a Bombardier começou a desenvolver o atual A220
Se naquela época a Embraer tivesse peitado a Bombardier com uma fuselagem de 5, ou melhor ainda, de 6 assentos por fileira, com as tecnologias mais avançadas, hoje ela teria um avião capaz de tomar grande espaço do 737. Mas quem ia adivinhar que a Boeing iria cometer tantos erros? Que a Airbus ia comprar o projeto da Bombardier? Que iriam faltar tantas entregas depois da Pandemia?
Hoje o risco é grande. Até porquê, os chineses chegaram com um produto ainda abaixo dos líderes, mas já bem mais próximo. Os russos têm nas mãos um produto que tem potencial para ser o melhor da categoria, mas duvido que alcancem vendas significativas no ocidente, e mesmo na China e oriente em geral
Demoraram.
este foi um dos.motivos pelos quais a Boeing planejou comprar a Embraer.