O jato comercial E190-E2 pode ganhar uma variante de patrulhamento marítimo, revelou o CEO de Defesa e Segurança da Embraer, João Bosco da Costa Junior, à Aviation Week.
Segundo o executivo, o projeto do E190-E2 militar deverá contar com parceiros internacionais para sair do papel. A notícia surgiu logo na véspera do Dubai Airshow, local onde a Embraer poderá ter conversas com várias potenciais empresas.
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Atualmente, a Embraer não possui uma aeronave voltada ao patrulhamento marítimo e guerra anti-submarina, embora no passado tenha desenvolvido uma variante do Bandeirante para a Força Aérea Brasileira (FAB), o EMB-111 “Bandeirulha”.
A despeito disso, a Marinha do Paquistão possui jatos executivos Lineage 1000 (E190 de primeira geração) convertidos para esse fim desde 2020. O programa, no entanto, não conta com a participação da empresa brasileira.
Ainda segundo a Aviation Week, uma das configurações avaliadas inclui um radome montado no nariz, um compartimento interno na porção traseira da fuselagem para transportar sonobóias e mísseis anti-navio em pilones na barriga da aeronave.
O mercado de aviões de patrulha marítima tem como principal produto o Boeing P-8A Poseidon, baseado no 737. Há também versões de turboélices como o Airbus C295, mas de pequeno porte e alcance.
A França e a Alemanha lançaram um projeto de transformar o A320 em aeronave de patrulha marítima, mas o desenvolvimento não avançou até o momento.
Diante desse cenário, um E190-E2, aeronave para até 114 passageiros, oferece uma cabine de bom tamanho para comportar a tripulação e equipamentos, além de ter uma autonomia bastante grande.
Um dos potenciais clientes do jato pode ser a própria Força Aérea Brasileira, que opera nove turboélices P-3 Orion antigos, que foram repassados pelos EUA na década passada.