Um ano após revelar a família Energia de aeronaves conceituais com foco em sustentabilidade, a Embraer apresentou nesta segunda-feira (5) atualizações sobre os projetos que ditarão o futuro da fabricante.
Em evento transmitido pela internet, executivos da Embraer informaram que o foco da empresa neste momento são dois projetos de aviões de 19 e 30 lugares, com propulsão elétrica híbrida e elétrica a hidrogênio. Segundo o fabricante, esses dois desenvolvimentos, que compartilham a mesma plataforma, oferecem “um caminho tecnicamente realista e economicamente viável para zerar as emissões de carbono”.
“Desde que anunciamos nossos conceitos Energia, no ano passado, estivemos avaliando diferentes arquiteturas e sistemas de propulsão. Esses esforços resultaram nas atualizações de nossos conceitos que compartilhamos hoje”, disse Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.
O primeiro “avião verde” na pauta da Embraer é o Energia Híbrido, um conceito anunciado inicialmente com nove lugares, mas agora também explorado em versões com 19 e 30 assentos, que a empresa chama pelas siglas E19-HE e E30-HE.
Como explica a fabricante, o Energia Híbrido é uma aeronave com propulsão híbrida-elétrica paralela (no qual o motor a combustão e o elétrico combinam forças para impulsionar o avião), com motores da cauda alimentados por Combustível de Aviação Sustentável (SAF, na sigla em inglês).
De acordo com a Embraer, ao utilizar SAF o Energia Híbrido pode alcançar uma redução de emissões de CO2 de até 90%. A empresa diz a que a tecnologia para produzir esse tipo de avião estará disponível no início de 2030.
O outro projeto com avanços destacados pela companhia é o Energia com Célula de Combustível H2. Anunciado no ano passado como uma aeronave de 19 lugares, o conceito que usa células de hidrogênio para gerar eletricidade também cresceu e agora é estudado na versão para 30 passageiros. A Embraer chama esses aviões pelas siglas E19-H2FC e E30-H2FC.
Diferentemente do Energia Híbrido, que ainda queima combustível e gera emissões, o Energia com Célula de Combustível H2 é uma aeronave de zero emissão de CO2. Seu desenvolvimento, porém, é mais demorado e a tecnologia, como prevê a Embraer, deve estar disponível para aplicação em meados de 2035.
Para Luis Carlos Affonso, vice-presidente sênior de Engenharia, Tecnologia e Estratégia Corporativa da Embraer, a companhia brasileira está numa posição privilegiada para iniciar a transição energética na aviação. “Como as novas tecnologias de propulsão serão aplicadas pela primeira vez em aeronaves menores, a Embraer está em uma posição única. Os aviões de 19 e 30 lugares são pontos de partida mais adequados para estudos focados, uma vez que devem apresentar prontidão técnica e econômica mais cedo.”
Além disso, Affonso reforçou que os avanços para reduzir as emissões na aviação já têm ocorrido nas últimas décadas: “Embora os desafios de uma aviação com zero emissão de carbono sejam significativos, em menos de 25 anos nossas aeronaves comerciais já reduziram o consumo de combustível e as emissões de CO2 em quase 50% com base em assento/milha, usando apenas combustíveis convencionais e propulsão. Estou convencido de que podemos zerar as emissões de poluentes.”