Embraer lança nova versão do Super Tucano específica para forças aéreas europeias

Novo modelo A-29N inclui equipamentos e recursos compatíveis com os requisitos operacionais da OTAN
A-29N, versão do Super Tucano para a OTAN
A-29N, versão do Super Tucano para a OTAN (Embraer)

A Embraer anunciou nesta quarta-feira (12) o lançamento de uma nova versão do avião de ataque Super Tucano, o A-29N. Segundo o fabricante, o foco do modelo é atender às necessidades de nações da Europa, sobretudo os países membros da OTAN. A apresentação do produto foi realizada na feira de defesa e segurança LAAD 2023, no Rio de Janeiro (RJ).

“Esta é uma nova etapa na vida operacional do A-29 Super Tucano”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança. “Vemos muitas possibilidades de aplicação para o A-29N no momento. Vários países europeus mostraram interesse em capacidades específicas de aeronaves que agora introduzimos com esta versão.”

De acordo com a Embraer, o A-29N inclui equipamentos e recursos compatíveis com os requisitos operacionais da OTAN, entre eles um novo sistema datalink e operação de piloto único. Os dispositivos de treinamento também serão atualizados para os padrões da organização militar, incluindo realidade virtual, aumentada e mista.

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Com esses recursos e capacidades, a fabricante brasileira diz que a aeronave pode servir, por exemplo, em missões de treinamento JTAC (Joint Terminal Attack Controller/Controlador de Ataque de Terminal Conjunto).

A-29N pode ser opção para Portugal

Membro da OTAN, Portugal pode ser um dos destinos do novo A-29N. No mês passado, o Conselho de Ministros portugueses aprovou o orçamento de 5,5 bilhões de euros para compra de material bélico até 2034, incluindo aeronaves de apoio próximo. Está é justamente a categoria onde compete o Super Tucano da Embraer.

Demonstrador do Super Tucano; aeronave fica baseada na OGMA, em Portugal (Embraer)

Embora a Força Aérea Portuguesa (FAP) ainda não tenha formulado um programa de aquisição de aeronaves de apoio próximo, o produto brasileiro já entraria na disputa como franco favorito.

A favor do A-29 está a forte presença da Embraer em Portugal, que até montou um centro de manutenção para o Super Tucano no país, nas instalações da OGMA (subsidiária portuguesa da Embraer), em Alverca. Há também a proximidade da FAP com a empresa do Brasil no contexto do programa C-390 Millennium, que tem Lisboa como parceiro estratégico e cliente (a FAP é o primeiro comprador estrangeiro da aeronave, diga-se).

Super Tucano ainda não emplacou na Europa

Aeronave militar mais vendida pela Embraer nos últimos anos, o A-29 Super Tucano está espalhado por forças aéreas em quase todos os continentes, disponível em 15 países. A Europa, no entanto, ainda é um território inexplorado pelo turboélice de ataque e treinamento avançado fabricado no Brasil.

A Embraer entregou mais de 260 Super Tucano ao redor do mundo, mas nenhum na Europa (FAB)

Em 2020, a força aérea da Ucrânia confirmou o interesse no A-29 e sugeriu o avião como opção para reequipar a frota de aviões de treinamento avançado, substituindo os antigos jatos L-39 Albatroz fabricados na antiga Tchecoslováquia. A negociação com Kiev, porém, não prosperou.

A força aérea de Portugal também vem sendo apontada nos últimos anos como o provável primeiro operador do Super Tucano na Europa. Além da necessidade por aeronaves de apoio próximo, outra carência dos portugueses é por aviões de treinamento avançado, um meio indisponível no país desde 2018, quando a FAP aposentou os Dassault-Dornier AlphaJet que cumpriam essa função.

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