Embraer prevê demanda por 8.790 jatos regionais nos próximos 20 anos

Market Outlook da fabricante brasileira indica demanda por 11 mil novos jatos e turboélices de até 150 assentos avaliados em US$ 650 bilhões
A Embraer já acumula mais de 600 pedidos por jatos da nova geração (Embraer)
E-Jets: companhias aéreas vão precisar de 8 mil jatos de até 150 assentos nos próximos 20 anos (Embraer)

Se a Embraer fosse a única fabricante de jatos com até 150 assentos, nos próximos 20 anos ela poderia vender 8.790 aeronaves ao redor do mundo. Mas esse não é o caso. Os aviões da fabricante brasileira tem hoje concorrentes na Europa, América do Norte e na China. O número sobre a expectativa futura de vendas no segmento de aviação regional, por outro lado, pode se concretizar.

A demanda por mais de oito mil jatos de 150 assentos é projetada pela Embraer em seus Market Outlook 2023, estudo em que a empresa mostra suas perspectivas de mercado, divulgado nesta terça-feira no Paris Air Show. A pesquisa também analisa o setor de turboélices, categoria que deve exigir 2.210 aeronaves nos próximos 20 anos. São, portanto, 11 mil aviões avaliados em cerca de US$ 650 bilhões.

De acordo com o estudo, a necessidade por aviões nessa categoria será dividida em 55% para a substituição de aeronaves em serviço atualmente e os demais 45% em novos jatos e turboélices para acompanhar a expansão dos mercados. Segundo a pesquisa da Embraer, o volume global de passageiros crescerá 3,2% (medido em receita de passageiro/quilômetro – RPK, na sigla em inglês) ao ano até 2042.

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A demanda existe e vai continuar crescendo, só falta o avião; turboélice da Embraer está congelado até 2030 (Embraer)

Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, destaca no relatório três pontos que podem impulsionar o mercado de jatos e turboélices de 150 assentos no período analisado no Market Outlook:

– Fragmentação da economia global – a regionalização das empresas e das cadeias de suprimento alterarão a forma como os bens e as pessoas circulam;

– Revolução social – uma força de trabalho remota impulsionará o serviço aéreo em novas comunidades;

– Os impactos da sustentabilidade no mercado – a busca pela sustentabilidade afetará a demanda, assim como o custo de novos combustíveis e novas tecnologias. E isso provavelmente aumentará o custo de voar ao longo do tempo.

É um roteiro para os próximos 20 anos que será escrito de acordo com as mudanças de hábitos de consumo e do mercado aéreo do pós pandemia, como indica o estudo da Embraer. Com capacidade de ocupação mais adequados para serviços em comunidades menores, jatos pequenos e turboélices devem aumentar as conexões com grandes centros. Fora isso, são aeronaves mais eficientes comparado aos narrowbodies tradicionais, como o Airbus A320 e Boeing 737.

A Embraer também vislumbra a necessidade das companhias aéreas flexibilizarem suas frotas para acompanhar “uma demanda incerta e em transformação” nos anos por vir, e vê as aeronaves de 150 assentos como um meio de complementar os serviços de aeronaves maiores.

Jatos E190F e E195F: programa de conversão foi lançado em 2022 (Embraer)

Outra tendências apresentada na pesquisa da fabricante é a crescente popularidade dos “jatos de carga crossover narrowbody”, jatos regionais convertidos para o transporte de carga – como os modelos E190F e E195F do programa P2F da Embraer.

Confira abaixo as principais projeções do Market Outlook 2023 da Embraer:

Taxa de crescimento regional anual da RPK – por região

4,4% Ásia-Pacífico (inclui China)

4,1% América Latina

3,7% África

3,2% Oriente Médio

2,2% América do Norte

2% Europa/CIS

Participação da RPK até o final de 2042

42% Ásia-Pacífico

38% Europa + América do Norte

Entregas de jatos – 8.790 (% de participação) – por região

2.690 América do Norte (30,6%)

2.270 Ásia-Pacífico (25,8%)

2.390 Europa/CIS (27,2%)

780 América Latina (8,9%)

340 Oriente Médio (3,9%)

320 África (3,6%)

Entregas de turboélices – 2.210 (% de participação) – por região

910 – Ásia-Pacífico (41,0%)

450 – Europa/CIS (20,2%)

410 -América do Norte (18,5%)

210 – África (9,5%)

180 – América Latina (8,1%)

50 – Oriente Médio (2,7%)

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