Depois de se apresentar no Farnborough Airshow, no Reino Unido, na última semana, o jato de demonstação E190-E2 “Shark” da Embraer visitou a África para uma turnê de demonstração. A aeronave de nova geração com pintura de tubarão visitou seis países na região: Argélia, Marrocos, Qunênia, Gana, Ilhas Maurício e África do Sul.
“A estreia do E190-E2 na África foi uma excelente oportunidade para a Embraer demonstrar todo o potencial desta aeronave que estabelece novos padrões de eficiência para as companhias aéreas, bem como de conforto para seus passageiros”, disse Raul Villaron, Diretor de Vendas para Oriente Médio e África da Embraer Aviação Comercial. “O E190-E2 reduz o consumo de combustível em mais de 17% (comparado ao E1) e é perfeitamente adequado para operar em ambientes com altas temperaturas e condições adversas. Algumas das companhias aéreas para as quais apresentamos a aeronave já são operadoras dos modelos de E-Jets e estão ansiosas para saber mais sobre o E2.”
A expectativa da Embraer é que o mercado de transporte aéreo da África, medido por RPKs (receita de passageiros por quilometro) deverá crescer 4,8% nos próximos 20 anos, prevendo um aumento de 270 milhões de passageiros por ano para um mercado total de 400 milhões de passageiros. Alguns países do continente africano se destacam entre os que mais crescem no mundo, superando a média da região e atingindo uma taxa de crescimento de mais de 7,2% ao ano.
O lançamento do novo “Single African Air Market” e sua consequente atenuação de barreiras criarão um ambiente que proporcionará ainda mais crescimento para muitos setores na África, expandindo o turismo e o comércio. O projeto elaborado pela União Africana prevê a unificação de todo o espaço aérea africano, diminuindo o preços das tarifas e permitindo a inclusão de mais voos sem paradas e novas frequências para países africanos.
África vai bem, mas com aviões errados
De acordo com estudos da Embraer no mercado africano, a maior parte das aeronaves em operação está concentrada no segmento para mais de 150 passageiros. No entanto, 70% do mercado de voos intra-regionais e domésticos tem uma média de ocupação de 60%. Ou seja, os aviões estão voando pela África com assentos desocupados.
Outro impacto da implantação de aeronaves grandes demais para rotas de menor tráfego é o baixo número de frequências, medida que reduz os custos operacionais. Segundo a Embraer, quase 70% das rotas intra-africanas possuem menos de um voo por dia.
“Para responder às necessidades da África por aeronaves de tamanho adequado, a prioridade da Embraer é continuar aumentando a base de clientes no continente e esse crescimento virá com os E-Jets – atuais e os novos E2 – bem como com as frotas de E-Jets e ERJs usados”, complementa Villaron.
Nos últimos 10 anos, a Embraer cresceu consideravelmente na África, passando de uma frota de cerca de 40 aeronaves, composta basicamente por turbo-hélices, para mais de 150 aviões, principalmente jatos, operados por mais de 50 companhias em todo o continente.
Durante o Farnborough Airshow 2018, a Embraer anunciou o mais novo cliente africano: a Mauritania Airlines assinou um pedido firme para dois jatos E175, configurados para 76 assentos, como parte do seu programa de modernização de frota. As entregas serão realizadas em 2019.
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