Como antecipado, a Embraer realizou uma conferência de imprensa em Varsóvia, na Polônia, nesta terça-feira, 11, mas sem que houvesse um anúncio de venda de suas aeronaves.
Em vez disso, o CEO da fabricante brasileira, Francisco Gomes Neto, ressaltou o potencial existente no país do leste europeu para receber investimentos caso sejam celebrados futuros contratos por seus aviões.
As possibilidades, segundo ele, não se resumem ao C-390 Millennium, que é avaliado pela Força Aérea Polonesa, ou os jatos comerciais E2, que disputam um pedido de 84 aeronaves pela LOT, a companhia aérea estatal do país.
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Para Gomes Neto, a Polônia pode atrair US$ 3 bilhões (R$ 18 bilhões) em investimentos e gerar 5 mil empregos em 10 anos com a implantação de negócios relacionados como fabricação e montagem final, manutenção e reparo, conversão de cargueiros, pesquisa e desenvolvimento e os eVTOLs.

“A Embraer faz parte do ecossistema de aviação da Polônia há mais de 25 anos. Com o forte crescimento global da companhia, estamos comprometidos em expandir nosso engajamento industrial em conjunto com parceiros poloneses, incluindo atividades de produção, montagem final, manutenção e reparo. Para possibilitar esse crescimento, a Embraer planeja apoiar o desenvolvimento das capacidades e competências que impulsionarão o setor aeroespacial polonês para o seu próximo estágio de sucesso,” disse o executivo à imprensa local.
Linha de montagem final
Entre as promessas aventadas está a produção de peças e uma linha de montagem final do C-390, o que sozinho pode gerar US$ 1 bilhão e 600 empregos.
Já em relação à família E2, a empresa brasileira já possui fornecedores poloneses que são responsáveis pelos assentos e pela APU (Unidade Auxiliar de Potência) dos jatos.

Hoje essa participação resulta em receita de US$ 30 milhões e 1.350 empregos, mas Gomes Neto crê que todos os projetos para a aviação comercial pensados para a Polônia podem elevar esses números pra US$ 2 bilhões de investimentos e mais de 4.400 vagas de empregos.
Entre as possíveis atividades estão a revisão de trens de pouso e a conversão de jatos E190 para cargueiros.
Para mostrar que o anúncio não passa de promessas, a fabricante assinou um acordo com o Instituto de Aviação Łukasiewicz (ILOT) para trabalhar em conjunto no desenvolvimento de novas tecnologias e materiais para aeronaves.
LOT perto de decidir entre o E195-E2 e o Airbus A220
Um dos acordos mais aguardados pela Embraer é uma potencial encomenda de até 84 jatos de até 150 assentos pela LOT Polish Airlines.
A companhia aérea estatal tem uma relação longa com a Embraer que passa de 25 anos quando operou seus primeiros ERJ 145.
Em 2004, a empresa se tornou a cliente lançadora da família E-Jet ao receber o primeiro E170 do mundo.

Atualmente há 45 E-Jets em operação na LOT de vários tipos incluindo três E195-E2 arrendados e outros dois jatos usados pelo governo.
Caso vença a concorrência com o A220, a Embraer afirma que a LOT poderá economizar US$ 900 milhões com a operação dos novos jatos durante um prazo de 15 anos.
Ela alega que seus aviões, por serem mais leves, consomem menos combustível e podem voar por mais tempo com os motores PW GTF.
Uma decisão sobre o pedido deve ocorrer até o final do mês, disse a empresa aérea recentemente.