Depois de chegar ao fundo do poço em novembro, as ações da Embraer têm apresentado uma constante valorização no mercado brasileiro. Nesta segunda-feira, 15, os papéis da fabricante brasileira na B3 chegaram a ser negociados a R$ 14,90, mas fecharam em R$ 14,69, uma alta de 144% em relação a 3 de novembro, quando valiam apenas R$ 6,03.
Na Bolsa de Valores de Nova York, o desempenho é ainda melhor: valorização de 154% – suas ações fecharam a US$ 10,42 nesta segunda-feira contra apenas US$ 4,11 em 2 de novembro do ano passado.
A empresa apresentará os resultados de 2020 na próxima sexta-feira, 19, quando é esperado que faça projeções para o futuro. A valorização das ações, no entanto, não têm uma razão clara, segundo analistas do mercado.
O anúncio de que a Lufthansa negocia com a Embraer uma possível compra de jatos E2 fez as ações subirem no dia 17 de fevereiro. A oscilação positiva motivou pedidos de esclarecimentos por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre alguma possível informação não compartilhada pela empresa, que negou.
No entanto, a Embraer reconheceu que há tratativas com a companhia aérea alemã, mas que ainda são iniciais. Além disso, analistas enxergam que a carteira de pedidos da fabricante conseguiu ser mantida em meio à pandemia enquanto Boeing e Airbus tiveram várias encomendas canceladas.
Em 2020, a Embraer entregou um total de 130 aeronaves civis, queda de 35% em relação a 2019 (198 aviões). A companhia brasileira se recupera do baque do fim da joint venture com a Boeing, que pretendia adquirir 80% da divisão de aviação comercial.
O negócio, avaliado em US$ 4,2 bilhões, foi desfeito pela empresa americana em abril do ano passado alegando que a parceira não havia cumprido sua parte no acordo – a Embraer nega e discute na Justiça uma reparação.
Perspectivas
A despeito da mudança de rota, a Embraer tem se movimentado em vários segmentos como o de defesa, onde começou a entregar o jato de transporte KC-390 e negocia possíveis pedidos do avião de treinamento A-29 Super Tucano. A empresa também participa do desenvolvimento do caça F-39E Gripen, da Força Aérea Brasileira.
A divisão de jatos executivos, por sua vez, foi renovada com os modelos Praetor 500 e 600, além de novas versões do Phenom. Além disso, a Embraer investe na mobilidade urbana com seu projeto de táxi voador, entre outras tecnologias em estudo atualmente.
Por fim, a empresa brasileira prepara ao menos dois novas aeronaves turboélices, um modelo de passageiros com 70 a 100 lugares e um inédito avião de propulsão híbrida, o STOUT, em parceria com a FAB.
Se não fosse vendida pra Boeing iria falir…. diziam alguns! Vence o Brasil!
Ainda bem que não vendeu!
Força Embraer, mesmo sozinha a briga com Airbus é feroz, que vendeu 100 aeronave de A-220 com 70 % de desconto.