A divisão de aviação agrícola da Embraer encerrou o mês de janeiro com a venda de oito aviões EMB-203 Ipanema, o equivalente a um terço do total negociado durante todo o ano de 2020. Segundo a fabricante, o bom resultado foi impulsionado pelo desempenho favorável do agronegócio brasileiro e as inovações tecnológicas incorporadas na nova versão da aeronave.
Com quase 1.500 unidades entregues, o Ipanema ocupa a liderança do segmento agrícola com 60% de participação no mercado nacional. Ele também é o avião mais longevo da indústria brasileira, tendo estreado no mercado em 1972.
O Ipanema 203, o modelo mais atual da série, conta com aprimoramentos como substituição de peças da asa por outras com nova geometria e material em aço inox mais resistente. A Embraer afirma que essa solução posterga ainda mais eventuais desgastes gerados pela condição severa natural da operação no campo e despesas com manutenção ao longo dos anos. A aeronave também tem um novo design no capô do motor, com grade de saída de ar redesenhada, garantindo maior refrigeração.
Em relação ao modelo anterior (o EMB-202), o EMB-203 teve sua envergadura aumentada para 13,3 metros (um ganho de 2,2 m), o que de acordo com a Embraer possibilita uma mais faixa de deposição de defensivos agrícolas. O Ipanema também foi o primeiro avião do mundo certificado para voar com motor movido a etanol.
Outra importante modificação do EMB-203 é o “hooper” (compartimento onde são armazenados os agentes agrícolas) com maior capacidade, passando de 950 litros da versão anterior para 1.175 l no modelo atual.
50 anos do Ipanema
A história do Ipanema começa no fim dos anos 1960, quando o Ministério da Agricultura do Brasil firmou contrato com a Embraer para fabricação em série no país de uma aeronave agrícola, com o objetivo de modernizar o setor ao disponibilizar novas técnicas de produção.
A aeronave surge inicialmente como um projeto de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP) e é testado pela primeira vez na Fazenda Ipanema, no município de Sorocaba (SP). Em julho de 1970 o Ipanema fez seu primeiro voo e em 1972 começou a ser produzido comercialmente.
Utilizado principalmente na pulverização de fertilizantes e defensivos agrícolas, o Ipanema tem evitado, ao longo de todas essas décadas, perdas por amassamento na cultura e flexibilizado as operações em regiões com terrenos irregulares. A aeronave também tem aplicação em atividades de semeadura, controle de vetores e larvas, povoação de rios e até combate a incêndios florestais.
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