Em semana agitada com o Dubai Airshow, a maior feira de aviação do Oriente Médio, a companhia aérea da casa Emirates Airline foi uma das primeiras a anunciar uma encomenda. A empresa assinou nesta segunda-feira (18) um pedido firme de 50 jatos Airbus A350.
O acordo substitui um memorando de entendimento que a Emirates assinou com a fabricante em fevereiro deste ano, que previa opções de compra para 40 A330neo e apenas 30 A350. A negociação preliminar ocorreu logo após a decisão da Airbus de encerrar o programa A380.
A Emirates tinha pedidos firmes para 162 A380, dos quais 112 foram entregues até o final de outubro. Com as mudanças no contrato, a companhia reduziu a encomenda para 123 A380 e incluiu as opções, escolha agora confirmada com os pedidos pelo A350 XWB. Isso significa que a empresa abriu mão de receber mais 39 A380 para adquirir 50 A350.
Segundo o xeque Ahmad Bin Sayeed Al Makhtoum, presidente e CEO do Emirates Airline Group, todos os A350 da companhia serão da versão -900. O primeiro jato será entregue em maio de 2023 e toda encomenda de 50 aeronaves deve ser concluída até 2028.
Sobre ter descartado o A330neo como uma alternativa ao A380, Al Makhtoum revelou ao Aviation Week que a nova versão do bimotor da Airbus “não fazia parte da discussão” e que um pedido de A350 já era “um grande número para a Emirates”.
O A350 será o terceiro tipo de aeronave operada pela Emirates. A empresa possui a maior frota do mundo de A380, com 112 aparelhos (e mais 11 em pedido), e 144 Boeing 777 (134 – 300ER e 10 -200LR). A companhia também tem um pedido firme de 150 jatos de nova geração 777X e assinou um acordo provisório para 40 787-10.
O presidente do grupo Emirates disse que o A350 “adicionará mais flexibilidade” à frota da empresa e será usado em trechos de até 15 horas. Detalhes sobre a capacidade de passageiros da aeronave não foram divulgados.
A companhia de Dubai deve receber seus últimos A380 em 2021, marcando o fim da linha precoce do “superjumbo” da Airbus. A fabricante ainda vai construir mais 12 aeronaves até o final do programa, 11 delas para a Emirates e uma para a ANA, terminando com um total 251 unidades construídas.
Fim do A380
A decisão da Emirates em reduzir sua encomenda de A380 foi determinante para a Airbus encerrar o programa. Sem um horizonte de receber mais pedidos de seu maior cliente, tampouco de outras companhias, o fim da linha da aeronave foi marcado para 2021.
O A380 chegou ao mercado no pior momento possível, em plena crise de econômica de 2008, e isso fez poucas empresas apostarem na aeronave com espaço para mais de 500 passageiros, mas que também surgia como uma das mais onerosas e complexas da aviação.
De uma programa cheio de expectativas e previsão para emplacar mais de 1 mil aeronaves, o A380 recebeu menos de 300 pedidos. Apenas 14 companhias compraram o gigante da Airbus, nenhuma delas nos EUA, e poucos pretendem mantê-los por muito tempo.
A Air France vai desativar seus 10 A380 até 2022, enquanto a Lufthansa quer sua frota de 12 para seis aeronaves. Outra empresa no mesmo caminho é a Qatar Airways, que planeja iniciar a retirada de seus 12 jatos a partir de 2024. A Emirates, por outro lado, planeja voar com o A380 até a década de 2030.
Outro problema são os A380 de segunda mão: ninguém quer eles. Dois modelos com cerca de 10 anos de uso com a Singapore Airlines já estão sendo desmontados na França, uma cena que pode ser comum nos próximos anos.
Até o momento apenas um A380 usado ganhou sobrevida. Uma aeronave foi arrendada pela Hi-Fly, empresa que oferece operações de wet-lease, um tipo de aluguel temporário para outras companhias.
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O A380 entrou tarde no mercado; se entrasse no mercado no mesmo tempo que o Boeing 777 entrou (início dos anos 90), o A380 ofuscaria tanto o 777 e principalmente o 747.
A única salvação de um projeto de porte de um A380 é a criação de um motor um bastante econômico, menos poluente e que conseguiria dar conta do recado numa configuração de 2 motores ou talvez 3, como eram os MD-11 e L-1011 Tristar.