Empresa americana revela drone de passageiros em salão de carros

AirspaceX apresentou aeronave VTOL elétrica no conhecido Salão de Detroit, palco de lançamentos automotivos mundiais
MOBI-ONE: mais uma proposta de mobilidade aérea, desta vez nascida no berço dos automóveis (Divulgação)
MOBI-ONE: mais uma proposta de mobilidade aérea, desta vez nascida no berço dos automóveis (Divulgação)

O “palco” escolhido pela startup AirspaceX para apresentar seu primeiro produto é curioso, o Salão de Detroit, um dos maiores eventos de automóveis do mundo, realizado sempre em janeiro na gelada cidade de Detroit, no norte dos Estados Unidos. Mas se você pensa ser o tal produto um automóvel ledo engano. Trata-se de mais uma proposta de veículo elétrico VTOL (de decolagem e pouso vertical) que quer justamente roubar parte da clientela dos carros.

Batizado como MOBI-ONE, o pequeno “drone de passageiros” está sendo mostrado no estande da empresa numa escala menor que a real. Nada a ver com as ambições da fabricante, instalada na região. “Queremos entregar 2.500 aeronaves até 2026 apenas nos Estados Unidos”, disse JP Yorro, responsável pela parte comercial da AirSpaceX.

E qual é o segredo do seu aparelho? Ressuscitar uma ideia antiga de aeronave VTOL, utilizada no protótipo militar XC-142, da extinta LTV. Batizado de “tiltwing”, algo como asas basculantes, o conceito propunha que as asas e não os motores, como no V-22 Osprey, fossem giradas da posição horizontal para a vertical e vice-versa. Na época, mesmo após construir e testar cinco unidades, a LTV acabou desistindo da ideia por conta de alguns problemas técnicos como o jato de ar que o XC-142 produzia no solo e que inviabilizava o desembarque de soldados, por exemplo.

O MOBI-ONE, no entanto, tem a seu favor novas tecnologias capazes de torná-lo muito mais leve proporcionalmente, além de propulsão elétrica, outro redutor de peso e, consequentemente, melhoria na performance geral.

LTV XC-142 nasceu como um substituto mais veloz para os helicópteros (Domínio Público)

O argumento da empresa é atacar no flanco do prejuízo dos congestionamentos nas cidades. Segundo ela, no ano passado foram perdidos US$ 300 bilhões em combustível e tempo útil no trânsito americano. A AirspaceX trabalha no conceito desde 2011 e conta com uma “celebridade” do mundo dos automóveis, o designer Camilo Pardo, responsável por conceber o esportivo Ford GT.

Assim como outros modelos do gênero, o MOBI-ONE é autonômo e pretende ser uma alternativa de mobilidade não só para passageiros  (2 a 4  pessoas) como também pequenas cargas (200 kg) num raio de quase 100 km. Ele será capaz de atingir uma velocidade máxima de 400 km/h. Além de “limpo”, o pequeno drone promete reduzir para um terço ou menos o tempo de viagem que seria feito de carro. O custo desse deslocamento não é divulgado, mas a empresa promete algo equivalente a uma corrida de Uber X, a modalidade intermediária da famosa empresa de caronas pagas.

Além do MOBI-ONE, a AirspaceX também já trabalha em outro modelo mais avançado, o MOBI-2025, um híbrido entre avião e automóvel em que uma cápsula de transporte é encaixada num módulo aéreo ou terrestre. Certamente, as montadoras de automóveis não devem ter gostado da presença desse “intruso” em seu território.

Veja também: Embraer vai construir carros voadores para a Uber

 

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