O Bitcoin agora também pode ser usado para comprar passagens aéreas no Brasil. A companhia de “flight-sharing” Flapper, focada em aviação executiva e voos compartilhados, é a primeira do país e a terceira no mundo a aderir aos pagamentos com a criptomoeda na aviação.
Em entrevista ao Airway, Arthur Virzin, diretor-chefe de tecnologia (CTO) da Flapper, disse que a principal vantagem de quem utiliza a criptomoeda é a velocidade na confirmação do pagamento, quase imediata.
“Como sabemos, ao efetuar um DOC ou até TED, a demora de confirmar a transação pode ser grande. Se eu efetuei um TED uma sexta-feira depois das 17h, eu vou receber a confirmação deste pagamento somente segunda. Uma transação feita com cartão de crédito passa por um processo de verificação de segurança também, que pode levar algum tempo. Ao transferir fundos em criptomoeda, essa confirmação para nós é praticamente imediata, facilitando bastante o processo de pagamento em cima da hora”, explicou Virzin.
Ainda não muito comum no Brasil, o uso do Bitcoin e outras criptomoedas é mais difundido entre o público jovem, tendência também observada no resto do mundo. “Existe uma parcela dos jovens (no Brasil) que chegou a investir em criptomoedas durante o boom do Bitcoin no ano passado e que ainda detém as criptomoedas”, diz Virzin.
O diretor da Flapper relembrou que o público brasileiro ainda é mais conservador quando se trata de gastar Bitcoins, “mas com a estabilização da moeda, a tendência é de aumento da sua liquidez quando se trata de pagamento pelos produtos ou serviços”.
“Embora ainda não saibamos para onde o frenesi do Bitcoin levará o Brasil nos próximos anos, acreditamos que este é o momento de começar a testar e analisar o comportamento do usuário relacionado à criptocorrências”, analisou o CTO.
Conforme aponta uma pesquisa da Serasa Experian, só na Mercado Bitcoin, a maior operadora do país, de um total de 1 milhão de clientes, quase 60% têm até 33 anos.
A Flapper começou a aceitar pagamentos em Bitcoin durante o Carnaval, quando ofereceu voos em aeronaves privadas para cidades nas regiões sudeste e nordeste. “A alta demanda nos feriados de Carnaval e para o Rio de Janeiro, sendo o principal destino para o turista estrangeiro médio, criou um cenário perfeito para esse lançamento”, explicou Virzin.
“Houve uma compra assim que Bitcoin ficou disponível como forma de pagamento, antes da funcionalidade ser anunciada em qualquer veículo de comunicação”, contou o diretor.
Além da Flapper, outros nomes da aviação que aceitam pagamentos em criptomoeda são a californiana Surf Air, de aviação executiva, e a companhia aérea FAT Taiwan.
A nova forma de pagamento da Flapper foi desenvolvida em parceria com a WARP Exchance, uma fintech brasileira de pagamento com criptomoedas, que lida com todo o ciclo de transação criptografada.
A Flapper iniciou suas operações no Brasil em 2016 oferecendo um novo serviço no país que ficou conhecido como “Uber da aviação”. Assim como a Uber faz com o transporte em automóveis privados, a companhia brasileira conecta empresas de táxi-aéreo aos passageiros por meio de um aplicativo de smartphone. Existem opções de fretar voos ou apenas um assento.
Como funciona o pagamento no app
Para realizar o pagamento com Bitcoin, basta escolher o voo compartilhado ou fretamento desejado, prosseguir para os métodos de pagamento e escolher entre eles o Bitcoin. Ao selecioná-lo, o usuário será conduzido para a tela na qual ele terá cinco minutos para copiar o endereço do wallet, o valor e realizar a transferência. Assim que confirmada, o usuário receberá a confirmação em forma de reserva.
A empresa trabalha somente com o Bitcoin e não aceita outras criptomoedas. “No futuro a idéia é oferecer mais opções de pagamento conforme o uso de criptomoedas no país”, acrescentou Virzin.
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