Empresa britânica quer fabricar eVTOL gigante para 40 passageiros

Inspirado num fracasso do passado, LYTE Aviation apresentou o SkyBus; eVTOL de 17 toneladas é projetado para levar 40 passageiros
Ônibus voador: eVTOL gigante da LYTE pode pesar até 17 toneladas (LYTE Aviation)

Estreante no ramo de mobilidade aérea urbana, a britânica LYTE Aviation já quer revolucionar uma categoria da aviação que ainda nem existe. A empresa apresentou nesta quinta-feira (23) o conceito LA-44 SkyBus, um eVTOL (aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical) gigante com capacidade para transportar 40 passageiros.

Comumente chamados de “carros voadores”, os eVTOLs propostos pela LYTE então podem ser interpretados como “ônibus voadores”. Segundo a empresa, o SkyBus (o nome Airbus não estava disponível…) é resultado do acúmulo de três anos de pesquisa e desenvolvimento. O programa ainda inclui o SkyTruck, um modelo de carga com capacidade para 4,5 toneladas.

O SkyBus terá um alcance de 1.000 km com uma velocidade máxima de 300 km/h, impulsionado por um sistema de motorização híbrido-elétrico movido a hidrogênio e combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês). Um protótipo em escala real é planejado para daqui 24 meses, informou a empresa.

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O SkyBus é proposto com oito motores, sendo quatro turboélices e quatro elétricos (LYTE Aviation)

“O uso de motores a turbina provavelmente permanecerá inevitável no futuro previsível, portanto, para alcançar faixas úteis e sensatas para os negócios, bem como um tempo de lançamento mais rápido no mercado, optamos por um eVTOL híbrido, parcialmente elétrico”, disse Freshta Farzam, fundadora e CEO da LYTE Aviation.

Envolvida no trabalho de design, Freshta revelou que a inspiração para criar o conceito veio do Rotodyne, um girodino projetado na década de 1950 pela extinta fabricante britânica Fairey Aviation. “Imagine 70 anos depois de realizar 350 voos de teste bem-sucedidos, o que pode ser alcançado graças aos avanços da tecnologia que vimos e continuamos a ver.”

Multimotor como era o Rotodyne, o LA-44 é sugerido com quatro turboélices abastecidas por SAF e outros quatro motores elétricos alimentados por células de hidrogênio nas pontas das asas.

Inspiração para o SkyBus veio do Farey Rotodyne, um girodino dos anos 1950 (Johannes Thinesen/Creative Commons)

“Os turboélices convencionais e altamente confiáveis são a melhor opção para o nosso programa de aeronaves no momento, com o objetivo de operar e reabastecer praticamente em qualquer lugar com a infraestrutura atual. Com a evolução constante e o investimento esperado em infraestrutura global, incluindo vertiports, fontes de energia (SAF e hidrogênio verde) e usinas elétricas, a ambição seria tornar-se totalmente hidrogênio-elétrico no futuro”, prevê a CEO da LYTE.

“O design exclusivo do LA-44 nos permitirá aproveitar as capacidades de transporte de massa, substituindo as modalidades de transporte aéreo e terrestre, como ônibus, trens e caminhões”, acrescentou Freshta.

É esperado que os primeiros eVTOLs entrem em serviço a partir da segunda metade desta década. A Eve, subsidiária da Embraer, planeja o lançamento de seu “carro voador” com quatro assentos para meados de 2026. Já o ônibus voador da LYTE deve demorar mais para virar realidade, isso se ele não fracassar como o Rotodyne – que, embora fosse promissor, acabou descartado devido a uma série de problemas técnicos e ainda colaborou com a ruína da Farey…

LYTE prometeu apresentar um protótipo do SkyBus em 24 meses (LYTE Aviation)

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