A Kitty Hawk, empresa financiada por Larry Page, ex-CEO e um dos fundadores do Google, divulgou nessa terça-feira (13) um vídeo apresentando o Cora, uma pequena aeronave com um complexo sistema de propulsão elétrica. O veículo é a proposta da empresa para o segmento dos táxis voadores, uma tendência que está cada vez mais próxima de se tornar realidade.
A fabricante diz que o Cora pode voar a velocidade máxima de 150 km/h e tem alcance de até 100 km com um carga. A aeronave tem apenas 10,9 metros de envergadura, mas em compensão não faltam hélices, 13 ao todo e cada uma impulsionada por um motor individual. Um motor, posicionado na traseira, serve para “empurrar” o veículo no voo horizontal e os outros 12 “seguram” o aparelho na vertical, permitindo pousos e decolagens na vertical, como um helicóptero.
O Cora é projetado para transportar duas pessoas e não vai precisar de piloto. O plano da fabricante ainda envolve a criação de um sistema de controle autônomo para o veículo. Para isso, a empresa conta com a ajuda do alemão Sebastian Thrun, o atual CEO da Kitty Hawk, e engenheiro que liderou os primeiros projetos de carros autônomos do Google.
“Este é um momento incrível na história. Passamos por enormes progressos em poucos anos por todo o mundo. Um novo tipo de transporte pessoal vai chegar aos céus”, conta Thrun no vídeo divulgado pela Kitty Hawk.
A Kitty Hawk é bastante otimista em relação ao prazo de lançamento de seu táxi voador: em meados de 2021 e na Nova Zelândia. A empresa americana trabalha com o governo do país na Oceania para homologar e introduzir o veículo no mercado.
“Temos metas ambiciosas aqui na Nova Zelândia. Queremos alcançar o nível de zero emissões (de poluentes) até 2050 e isso inclui mobilidade. Estamos orgulhosos de a Kitty Hawk ter escolhido a Zona Zelândia para desenvolver essa emocionante pesquisa e desenvolvimento do trabalho. Ela é hoje uma das principais companhias de nosso programa de parcerias para inovações”, celebrou a Megan Woods, ministra de pesquisa, ciências e inovações da Nova Zelândia.
Time de estrelas
O time de engenheiros da Kitty Hawk conta com profissionais de ponta. A empresa, que ainda é uma startup, foi fundada em 2015, tem em seu quadro ex-funcionários da Boeing, SpaceX e NASA.
“Conhecemos a tecnologia e sabemos que ela é possível porquê já estamos fazendo isso. O Cora é um veículo como você nunca viu antes”, acrescentou o CEO da empresa americana, cuja base fica no mesmo bairro da sede do Google, em Montain View, em Palo Alto, no Vale do Silício.
“Como um helicóptero, o Cora pode decolar e pousar verticalmente e por isso não precisa de uma pista ou um aeroporto para ser operado. Mas diferentemente de um helicóptero, o Cora é extraordinariamente silecioso. Ele ainda é autônomo, o que significa que você pode ir voando para onde quiser sem precisar de uma licença de piloto”, explicou Eric Allison, chefe engenharia da Kitty Hawk no projeto Cora.
A era dos táxis voadores
O CEO da Kitty Hawk não exagerou em suas previsões sobre a chegada dos táxis voadores. Além da empresa americana, o novo conceito de mobilidade está sendo desenvolvido e testado por diversos nomes da indústria aeronáutica por todo o mundo, alguns já em estágios avançados.
As primeiras empresas que colocaram seus táxis nos céus foram a E-Volo, da Alemanha, e a Ehang, da China. As duas fabricantes já demonstraram seus veículos em voo e ambas trabalham com o governo Dubai para regulamentar os projetos.
Grandes nomes da indústria também estão de olho nos táxis voadores. A Airbus completou recentemente o primeiro voo com um protótipo do Vahana, que segue a mesma “receita” do Cora, com capacidade para pousar e decolar na vertical e controles autônomos. Outro projeto do grupo europeu com o mesmo formato, liderado pela Airbus Helicopters, é o CityAirbus, ainda fase de testes em solo.
A Embraer é outra grande fabricante envolvida com projetos desse tipo. A empresa brasileira firmou em abril de 2017 um acordo com o Uber para criar um veículo para o projeto “Uber Elevate Network”. Os primeiros protótipos estão programados para serem testados entre 2020 e 2023.