Empresa desconhecida teria adquirido a Itapemirim Transportes Aéreos

Quase quatro meses após suspender suas operações de forma abrupta, a Itapemirim Transportes Aéreos teria sido repassada a empresa Baufaker Consulting. A informação consta de uma carta enviada pelo CEO da companhia aérea, Adalberto Bogsan, aos funcionários que permaneceram na empresa.

No texto, Bogsan afirma que “após concretizar o negócio, o novo acionista concentra  esforços na capitalização da empresa, na reorganização e manutenção do grupo de colaboradores e executivos”.

Ainda segundo o executivo, a Baufaker manterá o leasing de cinco Airbus A320 e que irá “inaugurar um novo e inédito modelo de transportar passageiros e carga em território nacional”.

Entre as próximas ações do novo controlador está a retomada de reuniões com a Secretaria de Aviação Civil, Agência Nacional de Aviação Civil e negociações com credores, funcionários e passageiros que foram prejudicados pela paralisação dos voos em 18 de dezembro do ano passado.

Adalberto Bogsan encerra a carta em tom de despedida ao desejar “vida nova e ótimo voo” à empresa aérea. Airway tentou contatar o executivo, mas não teve retorno.

Capital social de R$ 100 mil

A Baufaker Consulting é uma empresa fundada em 2008 no Distrito Federal e cujo endereço oficial fica num escritório de coworking em Tabatinga. Ela é dirigida por Areta Baufaker e tem como principal atividade consultoria em gestão empresarial, mas está autorizada a realizar impressão de material de segurança, ser representante de produtos alimentícios, bebidas e fumo, além de corretagem de imóveis, entre uma dezena de outras funções sem ligação aparente.

A aquisição da Itapemirim Transportes Aéreos, uma empresa aérea que acumulou dívidas em menos de seis meses de operação, é bastante questionável já que ela não denota ter qualquer ativo importante. A ITA perdeu seu registro de transportadora assim como a maior parte dos aviões, enviados para o exterior pelos seus arrendadores.

Além disso, a imagem arranhada após deixar milhares de passageiros no chão, indica que um eventual relançamento da marca pode se tornar um imenso fracasso diante do receio do público de um novo calote.

A carta não explica como a Baufalker irá buscar financiamento para reerguer o projeto, mas cita que a empresa financeira é “controlada e administrada por brasileiros” – segundo dados oficiais, o capital social é de apenas R$ 100 mil.