Empresas britânicas formam aliança para impulsionar a aviação movida a hidrogênio

Grupo com participação da Airbus UK quer tornar o Reino Unido uma referência mundial na aviação a hidrogênio
A Airbus quer introduzir no mercado aviões movidos a hidrogênio a partir de 2035 (Airbus)

Um consórcio de empresas dos setores da indústria aeronáutica e de energias renováveis do Reino Unido, incluindo easyJet, Rolls-Royce, Airbus UK, Ørsted, GKN Aerospace e Bristol Airport, anunciou nesta semana a formação da Hydrogen in Aviation (HIA), uma aliança dedicada a acelerar a adoção do hidrogênio como combustível no mercado de aviação do país.

Embora haja várias abordagens para reduzir as emissões de carbono no setor de aviação, como o uso de combustíveis de aviação sustentável (SAF), combustíveis sintéticos e baterias, a HIA destaca a importância de explorar a aplicação direta do hidrogênio como uma alternativa promissora.

Elemento químico mais abundante no universo, o hidrogênio é considerado uma opção particularmente viável para a aviação de curta distância. Empresas como Airbus e Rolls-Royce estão desenvolvendo novas aeronaves movidas pelo combustível alternativo, com planos de introduzi-las em serviço a partir de 2035. Além disso, empresas menores, como ZeroAvia e Universal Hydrogen, já conduziram testes de voo bem-sucedidos com aviões adaptados.

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O objetivo da HIA é estabelecer um caminho claro e realizável para a adoção da aviação movida a hidrogênio. O grupo pretende colaborar estreitamente com o governo, autoridades locais e setores da indústria aeronáutica para criar as condições necessárias para o uso de hidrogênio como combustível em aviões. Isso incluirá o desenvolvimento de infraestrutura adequada e a criação de marcos regulatórios, políticos e de segurança.

A HIA também identificou três áreas-chave que requerem atenção do governo para que essa transição seja bem-sucedida. Em primeiro lugar, é necessário investir na infraestrutura necessária para posicionar o Reino Unido como líder global nesse campo. Em segundo lugar, é vital adaptar o ambiente regulatório da aviação para acomodar o uso do hidrogênio. Por fim, a aliança de empresas britânicas propõe um programa de financiamento de 10 anos para apoiar a pesquisa e o desenvolvimento no campo da aviação movida a hidrogênio, visando alcançar metas econômicas e de descarbonização.

O turboélice Do 228 convertido pela ZeroAvia para voar um motor elétrico alimentado por células de hidrogênio (ZeroAvia)

Johan Lundgren, CEO da easyJet e primeiro presidente da HIA, enfatizou a importância de agir rapidamente para aproveitar a oportunidade de tornar o Reino Unido uma referência em aviação movida a hidrogênio. “Não há dúvida de que o Reino Unido tem potencial para se tornar um líder mundial na aviação a hidrogénio, o que poderia trazer consigo um impulso de 34 mil milhões de libras por ano para a economia do país até 2050, mas para aproveitar esta oportunidade, são necessárias mudanças rápidas. e a hora de agir é agora.”

O público quer aviões movidos a hidrogênio

Uma pesquisa realizada pela consultoria The Jet Zero mostrou que há um forte apoio público ao uso do hidrogênio na aviação no Reino Unido, com a maioria dos britânicos acreditando que o combustível “verde” é a melhor opção para descarbonizar o setor. Também há um amplo apoio ao investimento governamental tanto na produção quanto no uso do gás na aviação.

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