A fabricante estatal chinesa COMAC tem planos de produzir ao menos 30 jatos comerciais C919 em 2025, afirmou o Gerente Geral suplente da companhia, Shen Bo, ao site The Paper.
Aeronave comercial rival do Airbus A320 e do Boeing 737, o C919 entrou em serviço em maio de 2023 e hoje tem 16 jatos em serviço, 13 deles entregues no ano passado.
Por enquanto, a aeronave de 160 lugares voa pelas três principais companhias aéreas do país, a China Eastern Airlines, a Air China e a China Southern Airlines que, juntas, têm mais de 300 pedidos firmes com a COMAC.
A empresa, no entanto, anseia por exportar o C919 e tem aberto negociações com várias transportadoras em países como Indonésia, Malásia, Cazaquistão, Vietnã e Brasil, onde há conversas com a Total Linhas Aéreas.
No Vietnã, já há um movimento para remover restrições regulatórias à operação das aeronaves da COMAC.
A estatal Vietnam Airlines e a privada VietJet estariam entre os potenciais clientes do C919 e do jato regional C909.
Produção deve crescer e ultrapassar Embraer
Para atender a novos pedidos, a COMAC empreende a expansão do complexo industrial localizado no Aeroporto de Pudong, em Xangai. A meta é que a unidade tenha capacidade para produzir 50 C919 por ano e atingir 150 aeronaves anuais até o final da década.
Trata-se de um patamar baixo se comparado a Airbus e a Boeing, mas que deve superar o ritmo de produção dos E-Jets da Embraer.
Incluindo o C909 (antigo ARJ21), a produção da COMAC já é bastante similar à da empresa brasileira.
A meta, no entanto, é ‘roubar’ clientes do A320 e do 737, à medida que as duas fabricantes ocidentais sofrem para atender a tantos pedidos pendentes.
Resta ao C919 obter a certificação de tipo da EASA, o que é esperado para este ano. A aprovação abriria portas para a aeronave em vários mercados, mas depende das relações entre o governo de Xi Jiping e nova administração do presidente dos EUA, Donald Trump.
Componentes cruciais do C919 como aviônicos e os motores CFM Leap-1A são produzidos por empresas norte-americanas.