As consequências da pandemia do novo coronavírus também afetaram os setores de aviação privada e de negócios em 2020. De acordo com o relatório anual da General Aviation Manufacturers Association (GAMA), divulgado nesta semana, as entregas de aeronaves de asa fixa privadas e executivas caíram 9,7% no ano passado.
“Como esperado, a pandemia da Covid-19 impactou negativamente a aviação geral e sufocou o crescimento da indústria”, disse Pete Bunce, presidente-executivo da GAMA, entidade que reúne os principais fabricantes da aviação geral e executiva. “Embora continuemos enfrentando ventos contrários em todo o mundo, todos os sinais apontam para uma forte demanda por nossos produtos e serviços que, infelizmente, estão sendo restringidos pelas limitações da cadeia de suprimentos induzida pela pandemia.”
Em 2020, os fabricantes do setor de aviação geral entregaram 2.399 aviões executivos e privados, contra 2.658 aeronaves no ano retrasado, de acordo com a GAMA. Esses números incluem aparelhos com motor a pistão, turboélices e jatos.
Os novos aviões entregues em 2020 foram avaliados pela associação em US$ 20 bilhões, o que representa uma queda de 14,8% em relação ao faturamento do setor em 2019.
Dividindo por segmentos, os fabricantes entregaram 644 jatos executivos em 2020 (queda de 20,4%), 433 turboélices (queda de 15,6%) e 1.312 aviões com motor a pistão (queda de apenas 0,9%), segundo a contagem da associação.
A queda nas entregas foi menor no quatro trimestre de 2020, quando foram entregues 867 aeronaves privadas e executivas, uma redução de 5,5% comparado ao mesmo período no ano anterior, segundo o relatório da GAMA.
“É encorajador ver que segmentos de nossa indústria tiveram uma recuperação sólida no quarto trimestre de 2020”, disse Bunce. “Em 2021, será importante para a indústria da aviação geral trabalhar junto com nossos colegas do setor comercial para manter nossa cadeia de suprimentos interligada.”
Outra categoria analisada pela GAMA, o segmento de helicópteros foi ainda mais afetado pela crise da pandemia. Segundo os dados da associação, os fabricante entregaram 674 helicópteros de todos os tipos no ano passado, registrando uma queda de 17,7% comparado as remessas de 2019. Essas aeronaves foram avaliadas pela entidade em US$ 2,7 bilhões, o que representa um declínio de 16,2% no faturamento em relação ao ano retrasado – o relatório da GAMA ainda não inclui os dados de entregas de helicópteros da Leonardo.
Veja mais: Phenom 300 é o jato leve mais vendido do mundo pelo nono ano consecutivo
Fabricante | Modelo | 2020 | 2019 | Var. | |
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1º | Gulfstream | Gulfstream 500-650 | 105 | 114 | -7,9% |
2º | Cirrus | SF50 | 73 | 81 | -9,9% |
3º | Embraer | Phenom 300 | 50 | 51 | -2,0% |
4º | Bombardier | Challenger 350/650 | 44 | 76 | -42,1% |
5º | Bombardier | Global 5000/6000 | 43 | 43 | 0,0% |
6º | Pilatus | PC-24 | 41 | 40 | 2,5% |
7º | Dassault | Falcon | 34 | 40 | -15,0% |
8º | Honda | HondaJet | 31 | 36 | -13,9% |
9º | Cessna | Citation Latitude | 26 | 58 | -55,2% |
10º | Cessna | Citation M2 | 24 | 34 | -29,4% |
11º | Cessna | Citation CJ4 | 23 | 33 | -30,3% |
12º | Gulfstream | Gulfstream 280 | 22 | 33 | -33,3% |
13º | Cessna | Citaiton CJ3 | 21 | 37 | -43,2% |
14º | Embraer | Praetor 600 | 18 | 13 | 38,5% |
15º | Cessna | Citation Longitude | 18 | 13 | 38,5% |
16º | Bombardier | Global 7500 | 16 | 11 | 45,5% |
17º | Cessna | Citation XLS | 13 | 22 | -40,9% |
18º | Bombardier | Learjet 70/75 | 11 | 12 | -8,3% |
19º | Embraer | Praetor 500 | 10 | 3 | 233,3% |
20º | Cessna | Citation Sovereign | 6 | 8 | -25,0% |
21º | Embraer | Phenom 100 | 6 | 11 | -45,5% |
22º | Airbus | ACJ320neo | 2 | 4 | -50,0% |
23º | Airbus | ACJ350XWB | 2 | 0 | |
24º | Embraer | Legacy 600/650 | 1 | 5 | -80,0% |
25º | Embraer | Legacy 500 | 1 | 11 | -90,9% |
26º | Cessna | Citation X | 1 | 1 | 0,0% |
27º | Airbus | ACJ319neo | 1 | 2 | -50,0% |
28º | Boeing | BBJ Max 8 | 1 | 0 | |
29º | Embraer | Legacy 450 | 0 | 15 | -100,0% |
30º | Airbus | ACJ320 | 0 | 0 | |
31º | Boeing | B787-9 | 0 | 2 | -100,0% |
Total | 644 | 809 | -20,4% |
Eu parabenizo vocês pelo senso de patriotismo, pela percepção de que, como brasileiros a gente deve (eu penso) valorizar o que somos, o que fazemos. Talvez seja por isso que esse site é meu preferido. Porque somos capazes e inteligentes, ainda que exista tantos brasileiros que não merecem nem pisar nessa terra maravilhosa. Bom, isso é outro assunto! Há outros sites que publicaram o mesmo assunto, mas sequer ilustraram a matéria com uma avião da Embraer. Parabéns! Não estou dizendo que alguém não deva gostar de outros aviões de outros fabricantes, entendo isso. Mas minha impressão é de que muitos brasileiros tem “síndrome de vira lata”. Pode não ser o caso das matérias de outros sites… mas, é isso!! Parabéns mais uma vez!!