A empresa AENA, controlada pelo governo da Espanha, foi a única participante do leilão do Bloco SP/MS/PA/MG, que inclui onze aeroportos, entre eles o de Congonhas, segundo mais movimentado do país. Mesmo sem concorrentes, a operadora aeroportuária ofereceu uma proposta de R$ 2,45 bilhões, um ágio de 231% em relação ao valor mínimo de outorga, de R$ 740,1 milhões.
Além do aeroporto da capital paulista, a AENA assumirá a gestão de terminais em Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG). O investimento previsto é de R$ 5,89 bilhões para modernização, ampliação e recapacitação desse aeroportos.
A AENA atua no Brasil como concessionária dos aeroportos de Campina Grande, Juazeiro do Norte, Maceió, Aracaju, João Pessoa e Recife, todos localizados na região Nordeste. No exterior, a empresa possui 46 aeroportos na Espanha, doze no México, dois na Colômbia e Jamaica e o Aeroporto de Luton, nas proximidades de Londres, no Reino Unido.
O leilão da 7ª rodada também teve vencedores para outros dois lotes. O de Aviação Geral inclui o Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ) que tinha outorga inicial de R$ 141,4 milhões. A XP Infraestrura, com um lance mínimo de R$ 141,4 milhões, foi a única participante, com ágio de 0,01%,
Já o Bloco Norte II (Bélem do Pará e Macapá, no Amapá) foi o lote com dois concorrentes, a Vinci Airports e Consórcio Novo Norte Aeroportos. Após os dois grupos apresentarem propostas próximas ao valor mínimo de R$ 56,9 milhões, iniciaram a fase de lances com vitória do Novo Norte Aeroportos , com valor de R$ 125 milhões, ágio de 119,78%.
Expectativa de disputa frustrada
O leilão que inclui o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, prometia ser um dos mais disputados de todo o processo de concessão realizado pelo governo federal há cerca de uma década. Terminal mais congestionado do país, o aeroporto na Zona Sul da capital paulista concentra uma demanda corporativa sem igual, porém, tem restrições para sua expansão, por conta da inserção urbana onde se localiza.
Um dos aeroportos mais precários do Brasil diante de seu grande movimento, Congonhas oferece apenas 12 pontes de embarque, tem pátios limitados, áreas internas aquém da necessidade e limitações de operações por conta do esquema de slots. Ainda assim, tudo prometia que grandes players do mercado de concessões como a CCR e grupos estrangeiros mostrassem interesse por assumi-lo.
Mas a mudança de última hora do governo ao cancelar o leilão de Santos Dumont, outra das jóias da coroa, após o anúncio da devolução da concessão do Galeão, teria comprometido os planos para Congonhas. A ANAC repassou os aeroportos deficitários que seriam oferecidos no pacote do terminal do Rio para São Paulo, tornando a futura operação mais arriscada.
A ANEA terá 30 anos para explorar Congonhas e os demais aeroportos do bloco. E então decidir que tipo de intervenção realizará a fim de trazer maior conforto aos passageiros e eficiência em sua operação.
O valor da outorga mínima está errado no subtítulo.
Obrigado pelo aviso, Pedro. Acabamos de corrigir, abraços!