Essas companhias aéreas já voaram para o Brasil

Embora tráfego aéreo internacional tenha crescido como nunca nos últimos anos, país deixou de ser viável para várias empresas aéreas
O Brasil já recebeu companhias de países, digamos, mais exóticos
O Brasil já recebeu companhias de países, digamos, mais exóticos
O Brasil já recebeu companhias de países, digamos, mais exóticos
O Brasil já recebeu companhias de países, digamos, mais exóticos

Para o turismo internacional, o Brasil (e a América do Sul) é um problema: estamos longe de todos os grandes mercados. Com exceção da Florida, nos Estados Unidos, qualquer outro ponto de partida está a pelo menos nove horas de voo dos aeroportos mais movimentados do país – Guarulhos e Galeão. Graças a esse problema geográfico e outros como burocracia e alto custo de operação, são poucas companhias aéreas estrangeiras que decidem estabelecer uma frequência para cá. E algumas acabam desistindo, entre elas algumas das melhores do mundo, como ocorreu com a Singapore Airlines neste mês de outubro.

É verdade que o tráfego aéreo internacional cresceu demais nos últimos anos, mas acabou absorvido pelas grandes companhias e alianças, que se aproveitam de hubs nos Estados Unidos e Europa para distribuir seus passageiros para destinos que não comportam um voo direto. A chegada das endinheiradas companhias aéreas do Oriente Médio também ajudou a aproximar cidades da Ásia, mas de quebra acabaram com as possibilidades das suas concorrentes originárias de países do Pacífico.

Agora, com a recessão, rotas foram canceladas e companhias desistiram de voar para nosso país. Espera-se que esse movimento seja revertido em breve, assim que o Brasil sair da crise. Algumas, no entanto, talvez tenham partido para sempre. Confira a seguir algumas companhias aéreas que já voaram para o Brasil, mas que saíram de cena.

Aeroflot

A companhia russa AEroflot voou para o Brasil com o IL-96 (Divulgação)
A companhia russa AEroflot voou para o Brasil com o IL-96 (Divulgação)

Na época do comunismo, a Aeroflot foi uma gigante, afinal qualquer aeronave de transporte comercial era registrada como parte da sua frota. Essa situação mudou completamente com o fim da União Soviética e a Aeroflot precisou disputar mercado com outras companhias mais novas. Por isso, o Brasil virou um destino interessante em 1993, ano em que estreou sua frequência entre Moscou e São Paulo e Rio. Operando inicialmente com o jato Ilyushin IL-62M, a empresa logo aumentou a capacidade na rota com o widebody IL-96-300. A linha, no entanto, perdeu força em 1998 e, após algumas idas e voltas, a Aeroflot abandonou nosso mercado em 2000. Rumores de uma possível voltam surgiram desde então, mas nunca se confirmaram.

Cubana de Aviacion

Um curioso quadrimotor IL-62 da empresa Cubana (Regis Sibille)
Um curioso quadrimotor IL-62 da empresa Cubana (Regis Sibille)

Com os mesmos aviões da ‘colega’ Aeroflot, a empresa aérea Cubana também teve seu momento no país. Mas aqui aproveitando o potencial turístico do Caribe, a companhia iniciou operações entre Havana e São Paulo em 2013. A rota, no entanto, durou pouco: em fevereiro do ano passado, os voos cessaram. Pela proximidade com o Brasil, não é de se estranhar que o voo possa voltar numa época mais favorável.

El Al

A El Al, de Israel, voava para o Brasil com jatos Boeing 767 (Oleg Belyakov)
A El Al, de Israel, voava para o Brasil com jatos Boeing 767 (Oleg Belyakov)

Apesar da significativa comunidade judaica no país e do turismo religioso para Jerusalém, a rota entre São Paulo e Tel Aviv não teve uma demanda que compensasse um voo da companhia de bandeira israelense El Al. Os voos tiveram início em maio de 2009 e duraram até o fim de 2011. A empresa alegou ter um custo muito alto de operação e ainda enfrentava dificuldades por conta do bloqueio do espaço aéreo árabe na região.

Iraq Airways

A Iraq Airlines ligava o Rio de Janeiro a Bagdá (Domínio Público)
A Iraq Airlines ligava o Rio de Janeiro a Bagdá de Boeing 747 (Domínio Público)

Antes da Guerra do Golfo, quando o país de Saddam Hussein flertava com os Estados Unidos, a Iraq Airways ligava Bagdá ao Rio de Janeiro com seus Boeing 747-200 e 747-SP. As frequências eram baixas, mas não deixava de ser uma rota interessante para quem procurava destinos no Oriente Médio. Os voos, no entanto, foram interrompidos na década de 80.

Japan Air Lines

O voos da JAL para o Brasil faziam escala nos EUA (Harcmac60)
O voos da JAL para o Brasil faziam escala nos EUA (Harcmac60)

Certamente, é a rota cuja inviabilidade mais espanta. É sabido que o Brasil tem a maior colônia japonesa no mundo, mas nem isso e o fato de o país abrigar grandes empresas do Japão garantiu demanda suficiente para mantê-la. A necessidade de uma escala técnica, é verdade, complica a ligação direta, mas os problemas financeiros da Japan Air Lines também contribuíram para isso. O fato de nenhuma brasileira ou mesmo a rival All Nipon Airways demonstrarem interesse pela rota mostra como é complicado ligar o Brasil a certas regiões do mundo. Uma pena afinal a JAL começou a voar para o país em 1954, ainda com os quadrimotores DC-6 pousando em Congonhas. Logo, o voo passou a ser operado pelo jato DC-8 em Viracopos e depois, com o Boeing 747. Mas em setembro de 2010, a JAL deu adeus ao país.

Korean Air

A Korean voava de Seul para São Paulo com conexão em Los Angeles (Korean Air)
A Korean voava de Seul para São Paulo com conexão em Los Angeles (Korean Air)

A Korean é uma das ‘vítimas’ da competição das companhias do Oriente Médio. A empresa voava entre Seul e São Paulo via Los Angeles desde 2008. Foi a única ligação com a cidade da Califórnia por anos, mas a chegada da American Airlines na rota precipitou o fim do voo, que foi interrompido em setembro.

Sabena

A Sabena, da Bélgica, voava para o Brasil com o trimotor MD-11 (Aero Icarus)
A Sabena, da Bélgica, voava para o Brasil com o trimotor MD-11 (Aero Icarus)

A belga Sabena teve uma passagem fugaz pelo Brasil. Como ganhou o direito de voar para nosso país como contrapartida pelo voo da Vasp para Bruxelas, a companhia chegou a operar com o jato MD-11 entre maio de 1998 e 1999. Era o prenúncio do fim da empresa, que em 2001 faliu.

Scandinavian Airlines System

A SAS voava do Rio de Janeiro para Copenhague, na Dinamarca (Aero Icarus)
A SAS voava do Rio de Janeiro para Copenhague, na Dinamarca (Aero Icarus)

A SAS é uma espécie de precursora das alianças globais. Em 1946, Noruega, Suécia e Dinamarca resolveram juntar suas companhias numa única empresa, batizada com o nome de Scandinavian Airline System (Sistema de linha aérea escandinavo). Logo o Brasil entrou no mapa da SAS com um voo direto para Copenhague, na Dinarmarca. A rota durou até 1991 e hoje quem tem como destino algum dos três países pode voar pelas companhias da Star Alliance, da qual a SAS faz parte.

Singapore

A Singapore Airlines é uma das vítimas mais recentes da crise brasileira (Divulgação)
A Singapore Airlines é uma das vítimas mais recentes da crise brasileira (Divulgação)

Uma das mais conceituadas empresas aéreas do mundo, a Singapore chegou ao Brasil em março de 2011. A empresa passou a ser uma ótima opção para quem desejava chegar à Ásia a partir do pequeno país, mas a concorrência das rivais do Oriente Médio como Emirates, Qatar e Etihad foi tão grande que inviabilizou sua operação, ainda afetada também pela queda no tráfego aéreo.

Veja mais: Conheça as companhias aéreas do Brasil que não são famosas

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  1. Desculpe-me,gostaria de fazer uma observação,voei algumas vezes pela Cubana nos anos noventa,em uma dessas viagens o Carlinhos de Jesus e suas dançarinas estavam a bordo.

  2. sobre a Cubana : “a companhia iniciou operações entre Havana e São Paulo em 2013” … na verdade eles voavam bem antes disso, desde os anos 90 e ainda no início dos anos 2000 a Cubana já operava vôos regulares São Paulo Havana .
    Sobre a Korean : “A empresa voava entre Seul e São Paulo via Los Angeles desde 2008. ” – de fato a Korean era uma das melhores opções durante os anos 90 para quem viajava do Brasil para a Califórnia, Korea ou Japão … Os vôos eram bem concorridos pelos preços e pela facilidade de voar non stopo de são Paulo até Los Angeles.

  3. Seria muito interessante reativar o vôo a Copenhague ou Bruxelas com prolongamento a Birmingham (Inglaterra). Isso aliviaria a congestão em Londres. Muitas pessoas, como eu, vão ao Reino Unido mas não se destinam à capital.

  4. Olá boa tarde. Acho que se enganaram sobre a Cubana pois em 1997 voei de São Paulo-Havana-São Paulo pela Cubana. Acertaram quando disseram que eram aviões russos. Acho pouco provável que retornem pois a Copa hoje faz estes vôos com preços competitivos e com qualidade superior. Obrigado. Mauro.

  5. Ótimo artigo! Apenas uma pequena correção, a Korean teve vôos de/para o Brasil por período bem mais extenso; fui aos EUA em 1994 com a empresa, na rota SP/LAX/Seoul, creio que durante todo o período até 2008, data que você menciona, a frequência foi mantida.

  6. Aqui de Manaus já teve vôo para Paris, Iquitos (Peru), Barbados e outras localidade. Me questiono se realmente sua análise é boa, pois o turismo no Perú cresce bastante desde os anos 2000, assim como em vários pontos do Caribe. Tenho a impressão que mesmo antes da crise (salvo época da Copa) o número de turistas estagnou ou até diminuiu. Acho que o Brasil vem perdendo espaço por nossa única e exclusiva culpa.

  7. A respeito da Cubana de aviacion, voei nela em 1994 e 1996, sp/ rj destino Havana no IL62 com quatro pequenas turbinas traseiras, voô direto sem escalas…. Avião leve e rápido…

  8. Você poderia falar, também, dos voos que a Varig fazia. Por exemplo, eu fui para Copenhage pela Varig, com uma escala em Londres. Só para termos idéia do quanto nossas atuais “nacionais” diminuiram as rotas internacionais…

  9. Esqueceram da VARIG, Fez convênios com a SAS depois que ela interrompeu voos em 1991. A Varig fazia um voo excelente, direto para Dinamarca com uma escala em Londres. Ô saudades da VARIG que por interesses governamentais deixaram falir, enquanto a dívida na época estava em torno de 6 a 7 bi, e hoje a da GOL ultrapassa e está aí voando. O mundo lamentou, voava pelo mundo todo, excelência de serviço. Lamentável que a matéria não a tenha citado.

  10. O problema da JAL e Korean foi que depois dos ataques de 11 de setembro os EUA começaram a exigir visto de trânsito para quem faz escala, e pagar 160 dólares a mais somente para esperar o avião ser abastecido ficou muito caro para o pessoal que ia para o Oriente por estas companhias. O público migrou para empresas que faziam escala na Europa ou Oriente Médio, e ficou inviável manter aviões fazendo escala em Los Angeles.

  11. Espero que depois de boa parte do povo brasileiro aprender o quanto custa votar em populistas, que esse país possa se reerguer e voltar a ser uma economia forte e atraente. Assim, no futuro, possamos ver jatos da Qantas, JAL, Air New Zealand, ANA, SAS, King Fisher, Thomas Cook, Air India e gente do mundo inteiro passeando por esse país continental e belíssimo.

  12. A Cubana iniciou as operações bem antes de 2013. Em 1998 viajei pra Cuba em duas ocasiões, e em ambas pela Cubana.

  13. E cada vez mais perdendo companhias e destinos. Infelizmente a maioria dos aeroportos brasileiros estão sucateados, não tem estrutura para receber aviões de médio e grande porte. É inviável para uma companhia estrangeira operar no Brasil, aeroportos sem estrutura, tudo super faturado.

  14. Eu voei com a Sabena em 1998 de Guarulhos ate Bruxelas, sempre tive a curiosidade de saber que modelo de aviao que usei naquele dia. Agora sei que foi um MD11!

  15. Eu me lembro que os voos da Iraqi Airways eram meio bagunçados, mas a única opção quando se queria um voo direto para Bagdad. Muitas empresas brasileiras estavam presentes, prestando serviços de engenharia, vendendo frango e fornecendo equipamentos militares. O 747 que fazia a linha, era carinhosamente, ou ironicamente quem sabe, chamado de pepinão. Normalmente, quando dava para escolher, preferíamos fazer um voo via Paris, ou Frankfurt, ficando por lá um ou dois dias como período de descompressão. Não era fácil a vida no Iraque. Tinhamos de tirar visto de entrada e visto de saída, o que usualmente demorava alguns dias. Os horários eram estranhos para nossos costumes, e muitas vezes ficávamos ansiosos para voltar para o Hotel (zona mais livre para os estrangeiros) para tomar uma cerveja jordaniana em canecas de um litro, que tinha o sugestivo nome de Ferida. Uma experiência para ser lembrada.

  16. Deixando o lado político de lado, ver algumas das principais companhias aéreas do mundo desfilando por aqui realmente vai ser difícil. As alianças globais estão fazendo o papel de distribuição e otimização de demanda, fazendo com que sejam reduzidas muitas das ligações ponto a ponto por uma única companhia. Mesmo na Europa vemos isso, não é um fenômeno local.

  17. Na verdade a lista é bem maior, penso que o autor da matéria colocou as mais saídas mais significativas.

    – Tower Air: teve passagem relâmpago no país, diziam que os serviços eram péssimos (aeronave antiga e vôos atrasados/cancelados);

    – Spanair: começou em 1997 servindo GIG, depois GRU, cancelou em 1999. Teve uma volta rápida por volta de 2000/2001 e novamente cancelou e passou a voar para cá em code-share com a Varig;

    – Air Aruba: aproveitou o boom da paridade cambial, mas a concorrência a fez cancelar a rota em 1998;

    – AeroCancun: idem a Air Aruba;

    – Mexicana de Aviación: falência;

    – Middle East Airlines: veio em 1996 e foi em 1998, a crise decorrente da Guerra Cívil libanesa fez a empresa reestruturar a rota e cortar os long-hauls.

    Fora as que cancelaram por mudança de foco, falência ou pela crise: TAME, Sky Airlines, BQB, LACSA (1996-1998), Ecuatoriana, Dinar, Pluna, LADECO (virou LAN Chile), Aeroperú, SATA Internacional, U Air, VIASA e Aerosúr. Isso puxando de 1990 para cá, senão a lista será maior.

    Interessante que a Iraq Airways opera Bagdá-Lisboa-Rio de Janeiro, de 707 e até o 747! E para a época as frequências até que eram no mesmo nível da concorrência; a SAS e KLM usavam também Lisboa como escala e no último ano a SAS lançou GRU-CPH de B767-200ER, na época uma das rotas mais longas do mundo (talvez a maior feita por um bimotor).

    E nos anos 80 a Aeroflot já visitava o país, o vôo para Buenos Aires fazia escala técnica em Recife.

  18. Os comentários estão melhores que o artigo.
    Mais duas que já passaram por aqui. Braniff e British Caledonian, ambas finadas.

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