Estados Unidos reativam avião de guerra B-52 com 56 anos de idade

Bombardeiro veterano voltou ao serviço após ficar no deserto estocado por oito anos e força aérea já fala em mantê-lo em atividade até seu centenário
Avião estava estocado desde 2008
Apesar de ter motores mais novos TF-33, o B-52 ainda é uma usina de produção de fumaça
Apesar de ter motores mais novos TF-33, o B-52 ainda é uma usina de produção de fumaça

O projeto do que viria a ser o bombardeiro B-52 surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, quando as forças armadas dos Estados Unidos fizeram um requerimento para a indústria aeronáutica do país desenvolver um novo avião estratégico capaz de fazer frente às ameaças que surgiam mundo afora após o conflito de seis anos.

Em abril de 1952, o primeiro voo ocorreu com o protótipo YB-52 e três anos depois o imenso jato de oito motores entrava em serviço na Força Aérea dos Estados Unidos como principal arma de ataque nuclear da época. E até hoje, 62 anos depois, o bombardeiro criado pela Boeing segue em serviço ativo.

O inconfundível B-52, conhecido pelos militares pelo sugestivo apelido de “BUFF” (Big Ugly Fat Fucker – Grande, Feio, Gordo Patife, para usar um termo mais brando), ao contrário do que possa parecer, está distante da aposentadoria. A força aérea já pensa em modernizá-lo mais uma vez e trabalha com a hipótese de contar com a aeronave por mais algumas décadas a ponto de ser possível completar seu centenário ainda em serviço.

Sinal claro dessa admiração e da utilidade do veterano avião é que na semana passada um B-52H, a última série produzida, voltou ao serviço ativo após passar quase dois anos sendo restaurado.

O B-52 “Ghost Rider” (cavaleiro fantasma), número de cauda 61-007, foi fabricado em 1961 e estava estocado no deserto junto com outros 12 irmãos no chamado “nível 1000” de conservação, quando a USAF deseja manter o avião em condições de voltar a ser usado.

Boeing B-52 "Ghost Rider": retorno ao serviço
Boeing B-52 “Ghost Rider”: retorno ao serviço

Ele era o mais bem conservado dos B-52 aposentados, mas ainda assim precisou de 19 meses para ter condições de voar e servir à 5ª Ala de Bombardeiros sediada na base aérea de Minot, na Dakota do Norte. No dia 27 de setembro passado, ele se juntou a outros 75 bombardeiros B-52 numa missão hoje um pouco diferente de quando surgiu, na década de 50.

Mísseis de cruzeiro

No início da Guerra Fria, os bombardeiros mantinham o mesmo tipo de missão da época da Segunda Guerra: voavam até o alvo e despejavam seu arsenal por queda livre. Por isso o importante era chegar em grande altitude e longe das baterias anti-aéreas. Mas esse panorama mudou com a chegada dos mísseis terra-ar e caças interceptadores equipados com armamento de longo alcance.

Curiosamente, essa mudança causou mais danos à carreira de aviões mais modernos que o B-52, como o bombardeiro supersônico B-58 Hustler e mesmo o futurista XB-70 Valkyrie, que acabou nem entrando em serviço. Até mesmo o B-1 Lancer, um imenso avião de asas de enflechamento variável, teve que mudar seu perfil original para o de ataque em baixa altitude. Mas o B-52, cujo nome oficial é “Stratofortress” (fortaleza da estratosfera), seguiu em serviço, equipado com mísseis de cruzeiro, que podiam ser lançados a uma distância segura.

O YB-52 foi o primeiro protótipo a decolar
O YB-52 foi o primeiro protótipo a decolar, em 1952

Versátil, o gigante de oito turbojatos fumacentos desempenhou outros tipos de missões em lugares tão variados quanto o Vietnã, Oriente Médio e mesmo na Europa, durante os conflitos na antiga Iugoslávia. Mas o fim da Guerra Fria e acordos com a Rússia fizeram a força ativa de B-52 ser reduzida significativamente, sobretudo da versão B-52G, antecessora da série H.

Com um custo operacional baixo, o B-52 reluta a sair de cena mesmo com novos aviões surgindo como o B-2, o bombardeiro stealth que é até hoje o mais caro avião já produzido. Mas a situação deve mudar com a chegada do B-21 Raider, um novo jato ‘invisível’ mas de custo mais realista que o Spirit. Mais uma vez, os planos são de fazê-lo o sucessor do B-52 e do B-1, mas para alguns o “BUFF” ainda será útil nas próximas décadas.

Se isso ocorrer de fato, o B-52 será uma visão única nos céus, com suas enormes asas enflechadas, o longo rastro de fumaça de seus motores e sua cara de poucos amigos e com mais de 70 anos de história.

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  1. Eu posso estar muito errado, mas acredito que eles mantem esse avião pq é todo analógico, ideal para disparo de uma bomba nuclear, que produz um pulso eletro magnético e pode transformar um caça moderno num peso de papel gigante facilmente.

  2. Esses monstros da BOEING têm 49 metros de comprimento por 56m de envergadura com oito motores e voavam 24 HORAS POR DIA DURANTE A GUERRA FRIA. Se alguém me informar o consumo de querozene de um deles eu gostaria muito. UM DIA AINDA VOU VER UM DE PERTO.

  3. Essa aeronave vai chegar ao centenário e na ativa, pois é uma aeronave com muita versatilidade, fácil de ser adaptada para armamentos atuais; isso pode trazer vantagens em caso de uma guerra. É o “Fusca ou Jeep dos Aviões”.

  4. Falidos, falidos, falidos, falidos, …é isso que faz os EUA falidos: usar sucata porque ficou sem dinheiro para projetar, construir/substituir por um novo avião.

  5. Para mim, esse é um dos mais icônicos avião militar de todos os tempos que, além de ter sido consagrado durante a Guerra Fria por sua capacidade destrutiva, longas distâncias de voo e por, até aqui, não ter sido construídos outros que, realmente possam substituí-lo, foi consagrado, também, em belos e atraentes filmes, como por exemplo, o filme que em português recebeu o título de Águias em Alerta com o Rock Hudson.
    Podem ter certeza que, se, ainda estão em operação e estão sendo reformados, são 100% confiáveis e de baixo custo operacional, pois, caso contrário, em tempos de crise como o mundo está vivendo, os EUA já os teriam aposentados, definitivamente.

  6. Sugiro que corrijam a matéria publicada sobre o B-52, pois nela se fala erroneamente que o avião, de tão famoso, tornou-se até nome de banda, mas na verdade a banda B52 tinha esse nome em referência ao penteado chamado BUFANT, que foi moda nos E.U.A. em 1952. Daí o diminutivo B52, utilizado pela banda.

  7. Perto de Las Vegas, na Base Aerea de Edwards, ha um B52 bem no portao da base, é só estacionar e tirar fotos. Recomendo a visita!

    Boeing NB-52B Mothership “Balls 8”

    Edwards, CA 93523
    (661) 277-1110

    https://g.co/kgs/QBF216

  8. O BOeing B-52 é um bom bombardeiro pesado. Mas a meu ver uma revitalização comportaria na substituição dos oito motores turbojato (bebedores de combustívele barulhentos, por quatro motores tubofan de alta tax de desvio,mais silenciosos e econômicos, além de elerônica atualizada. Outra ideia que tenho é a futura desaticação dos C-5, modernização e fazer com eles o mesmo ue os russos. Estão faturando uma noa com transporte de cargas pesadas com os Antonov 124 e 225

  9. Olá. Arnaldo,

    texto corrigido. Obrigado pela observação e desculpem pela falta de apuração – passei 30 anos acreditando que o nome da banda era alguma alusão ao avião.

  10. Hmmm…só que non!
    Segundo a Wikipédia, sobre o nome da banda: “The band’s name comes from a particular beehive hairdo resembling the nose cone of the aircraft of the same name”, literalmente, “o nome da banda vem de um estilo de cabelo particular em forma de cacho de abelhas, parecido com o cone no nariz de um avião com o mesmo nome.”
    A fonte utilizada para este comentário foi um artigo publicado por Ransom Riggs em 2007, no site da CNN, chamado “A history of bad hairstyles”, ou a “História dos maus penteados”, onde ele cita que “…the modern beehive is nicknamed “the B-52″ for its uncanny resemblance to the B-52 bomber’s distinctive nose”, ou que “o cacho de abelhas moderno é apelidado de “o B-52″ por sua assustadora semelhança ao distinto nariz do bombardeiro B-52”.

  11. Anatolio Mamontow, se você ler atentamente o texto, notará que o autor menciona que os EUA já desenvolveu outros modelos para substituir o B52, mas este é tão versátil, que acabou superando até mesmo aqueles que vieram para substituí-lo.

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