O Lockheed L-188 Electra da Varig deixou saudades em milhares de passageiros que voaram a Ponte Aérea Rio-São Paulo por décadas, mas seu nome continua a ser usado, nesse caso, pela startup Electra.
A Electra, localizada no estado de Virgínia, nos Estados Unidos, está desenvolvendo uma aeronave leve para transporte de passageiros que possui uma capacidade singular, decolar em curtíssima distância.
Batizada de EL9, a aeronave da Electra tem capacidade para transportar 9 passageiros e sua concepção consiste em uma estrutura com um turbogerador a jato com a função de alimentar motores elétricos.

Estes motores elétricos, montados nos bordos de ataque das asas e na quantidade de quatro em cada lado, possuem hélices compactas de 5 pás.
Para permitir que o Electra EL9 consiga decolar e pousar em distâncias muito curtas, é preciso gerar uma quantidade enorme de fluxo de ar sobre as asas.
Além disso, o EL9 usa um sistema com enormes flaps que ampliam em muito a área alar, permitindo também ganhar enorme sustentação em baixa velocidade.

Decola de um espaço menor que o de uma chácara pequena
O turbofan-gerador funciona somente em cruzeiro, deixando as operações de pouso e decolagem com propulsão elétrica, sendo o EL9 100 vezes mais silencioso que um helicóptero e 70 vezes mais barato de operar.
Esse conceito da Electra garante que o EL9 possa, por exemplo, decolar com somente 46 metros de pista, menos de 50 metros de comprimento de uma chácara padrão (20 m × 50 m ou 1.000 m²).
O EL9 consegue o feito de decolar em 46 metros com somente 65 km/h de velocidade, garantindo que o avião da Electra possa decolar e também pousar em áreas bem restritas.

A ideia da Electra é que o EL9 alcance localidades remotas sem pistas tradicionais de pouso ou aeroporto, além de locais acessados normalmente por helicópteros.
Com baterias de lítio, o Electra EL9 tem alcance de 2.037 km, mais que suficiente para voos regionais, tendo velocidade de cruzeiro de 324 km/h.

Além do uso civil, a empresa já considera uma versão militar para deslocamento de comandos em áreas de difícil acesso para pouso e decolagem.
A Electra diz ter pedidos para 2.200 aeronaves com carteira de US$ 9 bilhões, com preço unitário estimado em US$ 4 milhões. Com um protótipo já em voo, a empresa espera colocar o EL9 no mercado nos próximos anos.