Companhia aérea regional do Canadá que opera uma frota de hidroaviões, a Harbour Air decidiu adiar novamente a estreia comercial do “eBeaver”, uma versão do De Havilland Canada DHC-2 Beaver com motor elétrico. De acordo com a empresa, o novo atraso deve-se a “constante mudança para a certificação de uma aeronave totalmente elétrica”.
Na última atualização sobre o eBeaver, a Harbour Air havia planejado a estreia comercial da aeronave modificada para este ano. A empresa agora espera que os reguladores certifiquem o avião somente em meados de 2025. A certificação da aeronave é conduzida pela Transport Canada e acompanhada pela Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos.
“Apesar dos melhores esforços de todos, há atrasos significativos no programa que vieram à tona recentemente”, informou a empresa canadense em seu website. “Mudar o que se pensava ser um design congelado vem com atrasos significativos.”
O programa eBeaver consiste em modificar os antigos DHC-2 da Harbour Air com motores elétricos fornecidos pela magniX, empresa dos EUA que desenvolve sistemas de motorização elétrica para aplicação na aviação. O projeto foi iniciado em 2019, mesmo ano em que voou o primeiro hidroavião modificado da empresa.
Siga o AIRWAY nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
A despeito do novo atraso no programa, a companhia regional canadense diz que se mantém comprometida com o plano de voar com o eBeaver. Se for bem sucedida, a Harbour Air pode ser a pioneira no transporte de passageiros em aviões elétricos – o DHC-2 tem capacidade para levar quatro ocupantes, volume que é mantido no modelo elétrico convertido.
De acordo com a empresa, o motor elétrico do eBeaver, o Magni650, deve ser certificado somente em 2025, assim como as baterias usadas na aeronave. Até lá, a empresa informou que pretende construir um protótipo com os requisitos de certificação no início de 2024, bem como voar com um segundo modelo de testes.
“Nos últimos meses, tem sido difícil certificar a instalação de componentes em uma aeronave onde não existe um caminho de certificação”, ressaltou a Harbour. “Incorporar os elementos de software e sistemas de controle eletrônico torna isso cada vez mais difícil.”
A empresa também admitiu que fez “suposições” erradas em relação ao processo de certificação da aeronave. No entanto, a Harbour acrescentou que este é um desafio da indústria como um todo.
“Uma suposição foi feita em toda a indústria de que um motor elétrico é equivalente a um motor alternativo quando se trata de análise de segurança do sistema e tolerância de falha única a um controle de perda de potência (LOPC)”, diz Harbour, acrescentando que a análise sobre eventos LOPC deve compor os processos de certificação de todo avião com motor elétrico.
Se nenhum outro avião elétrico de passageiros estrear até 2025, o eBeaver da Harbour Air ainda tem chances de ser o pioneiro em sua área.