Poucos dias antes de o acidente com “Voo 302” completar três anos, a Ethiopian Airlines deverá retomar a operação do Boeing 737 MAX 8.
A companhia aérea africana espera colocar a aeronave de volta ao serviço em fevereiro de 2022, anunciou Tewolde GebreMariam, CEO da Ethiopian.
“Estamos recolocando o B737 MAX em serviço não apenas após a recertificação pela FAA (Federal Aviation Administration), EASA da Europa, Transport Canada, CAAC, ECAA e outros órgãos reguladores, mas também após o retorno ao serviço por mais de 34 companhias aéreas em todo o mundo”, disse GebreMariam.
O chefe da Ethiopian explicou que a carrier havia se comprometido a ser uma das últimas a voltar a voar com 737 MAX: “Remos levado tempo suficiente para monitorar o trabalho de modificação do projeto e os mais de 20 meses de rigoroso processo de recertificação e garantimos que nossos pilotos, engenheiros, técnicos de aeronaves e tripulação de cabine confiem na segurança da frota”, disse.
Segundo a Ethiopian, mais de 275 mil voos comerciais foram realizado com a aeronave da Boeing desde a retomada da operação há um ano.
O voo 302 da Ethiopian Airlines decolou do Aeroporto Internacional de Adis Abeba no dia 10 de março de 2019 com destino a Nairobi, no Quênia, com 149 passageiros e oito tripulantes.
Seis minutos após a decolagem, o jato mergulhou em direção ao solo após falhas em sistemas do 737 MAX, sobretudo o MCAS, que foi concebido para auxiliar os pilotos em situações de ângulo de ataque pronunciado. Todos os ocupantes faleceram.
O acidente era o segundo com a nova variante do Boeing 737, seis meses após um MAX da Malindo Air apresentar um problema semelhante e que também matou todos os passageiros e tripulantes.
A perda do segundo 737 MAX fez várias autoridades de aviação civil proibirem sua operação até que as causas dos acidentes fossem esclarecidas.
A Boeing e a FAA, no entanto, demoraram a reconhecer que havia problemas de projeto, recebendo pressão pública para que admitissem erros na certificação da aeronave.
Apenas em novembro de 2021, a fabricante e a agência de aviação civil dos EUA finalizaram as mudanças necessárias para que o 737 MAX voltasse a realizar voos comerciais.