O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) revelou ter indiciado Jeffrey Chance Nader, 68, um cidadão americano-iraniano, por crimes relacionados à exportação ilegal de componentes de aeronaves militares ao Irã.
Desde 1979, após a Revolução Islâmica, o Irã passou de aliado a inimigo dos Estados Unidos. No entanto, vasto material militar é utilizado até hoje pelas forças armadas iranianas.
Nader acabou preso em 13 de agosto por ter desde 2023 tentado exportar peças de caças como o F-4 Phantom ao Irã, segundo a acusação.
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Sua empresa, a Pro Aero Capital, alegou que os componentes seriam para uso próprio, mas as investigações do DOJ mostraram que Nader tentou várias vezes exportar os itens para os Emirados Árabes Unidos, de onde seriam repassados ao Irã.
Nenhuma peça chegou a deixar os Estados Unidos, disse o DOJ.
“Os ataques do Irã e seus representantes aos aliados dos EUA no Oriente Médio e seu fornecimento contínuo à Rússia de drones e outras tecnologias para serem usadas em sua guerra ilegal contra a Ucrânia demonstram por que devemos fazer tudo o que pudermos para impedir que o Irã adquira peças, serviços e tecnologia dos EUA”, disse o procurador dos EUA, Matthew M. Graves, do Distrito de Columbia.
Caças dos EUA seguem voando no Irã
A despeito de terem rompido relações amistosas com os EUA há 45 anos, o Irã continua a manter em voo várias aeronaves militares dos EUA.
A Força Aérea Iraniana (IRIAF) teria ativos cerca de 30 F-5, 60 F-4 e 40 F-14 Tomcat, famosa aeronave que operou nos porta-aviões da Marinha dos EUA.
Para mantê-los em condições de voo, o Irã tem produzido peças localmente além de canibalizar outras aeronaves.
O tráfico ilegal de peças, no entanto, não surpreende já que o governo iraniano tem conseguido trazer aeronaves inteiras ao país como ocorreu com jatos Airbus A340 recentemente e que estavam armazenados na África do Sul.