EUA oferecem até 24 caças Lockheed Martin F-16 à Força Aérea Colombiana

Caça dos EUA retorna a embaralhada seleção dos novos jatos de combate da FAC; Dassault Rafale e Saab Gripen fabricado no Brasil também estão na disputa
Perto de completar 50 anos, o F-16 é um dos caças supersônicos mais produzidos da história (USAF)

Carta antes fora do baralho, o caça F-16 voltou à mesa de debates sobre a seleção da nova aeronave de combate da Força Aérea Colombiana (FAC) para substituir os antigos IAI Kfir. Segundo a radio local Caracol, os Estados Unidos, por meio da fabricante Lockheed Martin, enviaram duas propostas diferentes sobre a venda caças para a análise de Bogotá.

De acordo com a radio colombiana, a primeira proposta, avaliada em US$ 4,2 bilhões, contempla 24 aeronaves F-16 novas de fábrica, cada uma avaliada em US$ 108 milhões, além de treinamento de pilotos e técnicos de manutenção, construção de hangares e a adaptação de pistas e simuladores por um período de três anos após o início das entregas dos aviões.

Caso a FAC recuse a primeira oferta, Washington tem outra mais acessível, de US$ 3,1 bilhões. A segunda proposta inclui 16 aeronaves novas, mas com valor individual elevado para US$ 112 milhões, além das mesmas condições associadas para condução e suporte dos caças na Colômbia.

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As duas propostas também incluem projetos de compensação para a indústria aeroespacial colombiana, além de colaborações em projetos de defesa cibernética. Numa oferta separada, os EUA também tentam vender à FAC mísseis da Boeing Integrated Defense Systems e da Raytheon.

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A notícia vinculada na Colômbia diz ainda que a entrega dos três primeiros F-16 para a Colômbia pode começar em 2028, se caso Bogotá selecionar o caça da Lockheed Martin. Os demais seriam entregues nos anos seguintes, com 17 aparelhos em 2019 e outros quatro em 2030. No entanto, para receber os aviões nesses prazos, o governo colombiano deve confirmar a compra até o final de julho deste ano.

A força aérea da Colômbia opera hoje com cerca de 19 caças Kfir, que foram desenvolvidos pela Israel Aerospace Industries tomando como base o jato supersônico Dassault Mirage III. O país até modernizou as aeronaves num processo que terminou em 2017, porém, a idade avançada das células torna sua substituição urgente.

Rafale e Gripen brasileiro também estão na disputa

Rafale, F-16 e Gripen: foco na Colômbia (Divulgação/USAF)

Em dezembro do ano passado, Bogotá anunciou que tinha uma “pré-negociação” para a compra de caças Dassault Rafale, dando a entender que o avião de combate francês havia sido selecionado pela FAC. Porém, alguns dias depois, o Ministério da Defesa colombiano voltou atrás e informou que a decisão não era definitiva e também passou a considerar a aquisição do novo jato sueco Saab Gripen E, mesmo modelo empregado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Em mais uma atualização do processo de seleção da FAC, divulgada em março, o Ministério da Defesa colombiano informou que também avaliava o Lockheed Martin F-16, opção antes considerada descartada.

Consultada anteriormente pelo AIRWAY, a Saab afirmou ter grande interesse em fornecer o Gripen para a Colômbia, apoiada na parceria com o Brasil, que agora também tem uma linha de produção do caça – na sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP), inaugurada ontem (9).

FAB 4001, o primeiro caça F-39E Gripen operacional da FAB (Thiago Vinholes)

“Se tivermos sucesso com as vendas do Gripen na Colômbia, haverá oportunidades para um maior envolvimento da indústria brasileira em áreas como o desenvolvimento, teste de voo e montagem final na Embraer”, informou a fabricante.

“No contexto latino-americano, o Brasil é o polo onde queremos fazer o máximo de trabalhos possíveis. A indústria brasileira é parte da cadeia de produção global e, quando vendermos para outros países, se beneficiará disso com certeza. No caso da Colômbia, podemos ter o envolvimento da indústria brasileira em áreas tais como desenvolvimento, produção, manutenção, treinamento e logística, que serão avaliadas, considerando as necessidades da Colômbia”, concluiu a empresa.

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