Avião de combate mais avançado do mundo, o Lockheed Martin F-22 Raptor deve perder espaço na frota da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) nos próximos anos. O orçamento de defesa, da ordem de US$ 773 bilhões, proposto pelo Pentágono para o ano fiscal de 2023 prevê a desativação de 150 aeronaves militares, incluindo 33 caças F-22.
Secretário da USAF, Frank Kendall declarou durante uma coletiva de imprensa na semana passada que a força aérea pretende desativar a maior parte dos 36 caças F-22 da série “Block 20”. De acordo com o oficial, esses aparelhos são utilizados principalmente no treinamento de pilotos e não têm capacidade de combate. Além isso, convertê-los para o uso em batalhas custaria cerca de US$ 1,8 bilhão, um valor elevado para uma aeronave que deve continuar em serviço por poucos anos. Se o corte for aprovado pelo Congresso em Washington, a frota de Raptors será reduzida para 153 aeronaves.
Kendall, no entanto, frisou que os F-22 restante seguirão em serviço até a chegada do NGAD (Próxima Geração de Domínio Aéreo, na sigla em inglês), projeto que deve originar o primeiro caça de sexta geração dos EUA e o substituto definitivo do Raptor. Espera-se que a nova aeronave de combate entre em operação em meados da próxima década.
Para compensar a retirada de parte dos F-22, o orçamento de defesa dos EUA inclui a compra de 35 caças F-35A e um pedido para adiantar a aquisição de modelos F-15EX Eagle II, uma versão otimizada do F-15C Eagle. Ao todo, a USAF quer incorporar 24 exemplares do novo F-15 em 2023, mais que o dobro do número solicitado no ano passado.
Outras aeronaves da USAF na fila da aposentadoria são modelos desatualizados do avião de ataque A-10 Warthog, o cargueiro C-130H Hercules, o jato de treinamento T-1 Jayhawk, o avião-radar E-3 Sentry e jatos de reabastecimento aéreo KC-135 Stratotanker. Apesar de obsoletas, é provável que a maioria dessas aeronaves, sobretudo os F-22 (cuja exportação não é autorizada por Washington, mesmo para aliados), sejam enviados para centros de armazenamento em desertos nos EUA.