EUA podem autorizar venda de caças F-16 para a Argentina em breve

Aeronaves de combate pertencem à Dinamarca e estão sendo substituídas pelo caça de 5ª geração Lockheed Martin F-35
Caça F-16 da Real Força Aérea Norueguesa

A Argentina pode receber em breve luz verde do governo dos Estados Unidos para adquirir caças F-16 Fighting Falcon de segunda mão hoje operados pela Força Aérea Real da Dinamarca.

Segundo a Flight Global, a administração Biden planeja aprovar a venda de um número não revelado de caças de 4ª geração para a Força Aérea Argentina, que está sem uma aeronave supersônica desde a aposentadoria do Mirage III em 2015.

A revelação reforça a informação obtida pelo jornal argentino La Nacion, que noticiou o plano do governo dos EUA de fornecer 38 caças F-16 e quatro aeronaves de patrulha marítima P-3 Orion ao país sul-americano.

O Mirage III foi o principal caça da Argentina (Chris Lofting/CC)

O jornal teve a acesso a documentos do Departamento de Estado que citam a venda de seis caças na versão Block 10 e 32 na versão Block 15, avaliados em US$ 339 milhões, que pertencem à Dinamarca.

Quanto aos aviões de patrulha, tratam-se de quatro P-3C avaliados em US$ 108 milhões e armazenados pela Força Aérea da Noruega, sendo um deles equipado para combater submarinos.

A Dinamarca está substituindo os F-16 pelo caça de 5ª geração Lockheed Martin F-35A Lightining II, já a Noruega é um dos operadores do Boeing P-8A Poseidon, aeronave de patrulhamento marítimo baseada no 737-800.

O P-3 Orion, apesar da idade, continua sendo um dos melhores aviões de patrulha marítima (FAB)
A Argentina também tem interesse em aeronaves P-3C de estoques da Noruega (FAB)

Influência chinesa na região

A venda dos caças F-16 de segunda mão para a Argentina esbarra em um problema crônico, as restrições impostas pelo Reino Unido quanto a inclusão de equipamentos militares fabricados no país.

Desde a Guerra das Falkland/Malvinas, os britânicos passaram a impedir a venda de armamentos com componentes fabricados por eles à Argentina.

Nesse sentido, Londres tem barrado acordos negociados pelo governo argentino que envolveram aeronaves como o sul-coreano FA-50 e o Gripen, por utilizarem assentos ejetáveis fornecidos pela Martin-Baker.

As restrições empurraram a Argentina em direção à Índia e a China, que oferecem os caças LCA Tejas e JF-17, este último em parceria com o Paquistão.

JF-17 da Força Aérea do Paquistão: jato também foi exportado para a Nigéria e Mianmar (Shimin Gu)

O Hindustan Aeronautics fez concessões para substituir equipamentos britânicos no caça Tejas por similares russos, já a Chengdu e a PAC não possuem itens ocidentais relevantes.

No entanto, a possível exceção a ser aberta pelos EUA e Reino Unido pode ser uma resposta à crescente influência chinesa na América do Sul.

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A escolha de um novo caça para a Argentina, entretanto, pode esbarrar na realização de eleições presidenciais em outubro. O atual presidente do país, o esquerdista Alberto Fernandéz, não concorre pela reeleição e o favorito nas primárias é um político de extrema direita, Javier Milei.

Portanto, qualquer acordo talvez não possa ser celebrado a tempo pela atual administração.

 

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