A longa carreira do bombardeiro B-52 vai ganhar mais um episódio. A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) iniciou na última semana o envio das veteranas aeronaves para o Qatar, onde serão preparadas para atacar posições do Estado Islâmico.
Os B-52 vão participar da Operação Inherent Resolve, que combate o grupo terrorista no Iraque e Síria. Além dos EUA, também participam da coalização mais de uma dezena de países, como França, Alemanha.
E o bombardeiro americano já lançou bombas nessa região. A nova missão marca o retorno do B-52 ao Oriente Médio após 26 anos: a aeronave militar da Boeing foi destacada para a região na Guerra do Golfo, contra o Iraque, entre 1990 e 1991
“Como um plataforma multifunção, o B-52 oferece diversas capacidades, incluindo a entrega de armas de precisão e a flexibilidade e resistência necessária para suportar as prioridades dos comandantes em combate e fortalecer o time da coalizão”, disse o tenente-general Charles P. Brown Jr, comandante da USAF, em comunicado oficial.
A USAF não divulgou quantos B-52 foram destacados para o Qatar, nem quais armas serão utilizadas. Mas as possibilidades são enormes. Os EUA possuem mais de 70 bombardeiros, na versão B-52H, em condições de operação e as opções de armamentos vão de bombas convencionais a avançados mísseis de longo alcance e alta precisão.
Os B-52 enviados ao Oriente Médio podem executar missões de bombardeiro estratégico, interdição aérea, apoio próximo e operações marítimas. A aeronave pode transportar até 20 toneladas de bombas e lançar sua carga em praticamente qualquer ponto do planeta: com reabastecimento aéreo, o B-52H pode permanecer voando por mais de 40 horas.
Bombardeiro incansável
O primeiro B-52 voou em 15 de abril de 1952 e desde então nunca mais saiu dos céus. O bombardeiro da USAF foi um dos principais personagens da Guerra Fria contra a antiga União Soviética. Nos piores momentos da crise, os EUA mantinham dezenas dessas de aeronaves armadas com artefatos nucleares e voando, preparadas para uma eventual retaliação contra a URSS – que também permanecia em alerta com seus bombardeiros Tu-95 “Bear”.
Os B-52 também foram um meio importante dos EUA na Guerra do Vietnã, na década de 1970. No auge do conflito, as forças armadas norte-americanas contavam com mais de 200 bombardeiros posicionados na Ásia. No oito anos que atuou na guerra, as aeronaves lançaram mais de dois milhões de toneladas de bombas – 18 aparelhos foram perdidos.
Após ter sua aposentadoria cogitada diversas vezes, o B-52 voltaria a provar seu valor contra as forças de Saddam Hussein. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, o antigo bombardeiro realizou mais de 30 mil saídas e também participou da famosa operação Tempestade do Deserto, que derrubou em pouco tempo as principais ameaças iraquianas.
A aeronave também foi utilizada em apoio as forças da OTAN durante a Guerra da Iugoslávia, na década de 1999, e no Afeganistão, em 2003.
A última atualização do B-52, para o padrão “H”, foi realizada na década de 1990 em mais de 100 unidades dos nos modelos “mais novos” da frota, fabricados no início dos anos 1960… Apesar de ser uma aeronave com mais de 60 anos, o “Buff”, como é chamado pelos militares da USAF, continua sendo um dos meios de ataque mais precisos e eficientes dos EUA.
E os B-52 dos EUA ainda devem seguir ativos por muitos anos até ser substituídos pelos bombardeiros “invisíveis” do futuro: a USAF planeja manter os modelos na frota até 2040!
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Fonte: USAF