Em seu balanço financeiro trimestral nesta semana, a Embraer apresentou números ainda tímidos de recuperação após a traumática separação da Boeing e do impacto da pandemia do Covid-19.
Apesar disso, as ações da fabricante brasileira de aviões subiram diante da expectativa de analistas financeiros a respeito da Eve, a subsidiária de Mobilidade Urbana Aérea (UAM na sigla em inglês), que deve colocar seus eVTOLs em serviço após 2025.
A startup deve ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York em maio numa operação de fusão com o fundo Zanite, dos EUA.
O otimismo com a Eve é tamanho que já se estima que a nova empresa terá um valor de mercado superior ao da própria Embraer, que era avaliada em cerca de $2 bilhões nesta semana.
A Eve pode atingir um valor de mercado de US$2,9 bilhões, segundo analistas. A nova constituição acionária contará com a injeção de US$ 230 milhões por parte da Zanite e US$ 305 milhões da Embraer e um pool de empresas que inclui a Azorra Aviation, a BAE Systems, Rolls-Royce, Republic Airways e Skywest.
Mais de 1.800 aeronaves
Nesta sexta-feira (29), a Embraer revelou que as empresas Thales, Acciona e Space Florida e a subsidiária Embraer Aircraft Holding adicionarão mais US$ 52,3 milhões ao montante, elevando o total investido para US$ 357,3 milhões.
Após a consolidação da fusão, a nova empresa se chamará Eve Holding e deve captar mais US$ 500 milhões no mercado acionário.
Com uma carteira de pedidos que já acumulava cerca de 1.825 aeronaves do modelo Eve-100 por 19 clientes, a empresa pode atingir a cifra de US$ 4,5 bilhões (mais de R$ 22 bilhões em valores de hoje) de receita por volta de 2030.
A assembléia de acionistas da Zanite que colocará o acordo em votação ocorrerá no dia 6 de maio, com a conclusão do processo esperada para três dias depois.