Exército Brasileiro aprova compra de aviões C-23B Sherpa

Confirmação libera a Aviação do Exército a iniciar a escolha e formação de futuros pilotos
Short C-23 Sherpa: o Exército Brasileiro volta a ter asas fixas 76 anos depois (US Army)
Short C-23 Sherpa: o Exército Brasileiro voltará a ter aviões após 80 anos (US Army)

O Alto Comando do Exército Brasileiro (EB) aprovou nesta semana a aquisição de aeronaves de transporte Short C-23B Sherpa de estoques da Guarda Nacional dos EUA. Com a confirmação, a Aviação do Exército (AvEx) pode iniciar a escolha e formação dos futuros pilotos. As negociações para a compra dos aviões haviam sido iniciadas em 2017.

O programa vai exigir um investimento aproximado de US$ 18 milhões para recolocar as aeronaves em condições de voo. O EB vai adquirir oito unidades do C-23B, dos quais seis terão capacidade operacionais e as outras duas servirão como fonte de reposição de peças. A entrega do primeiro avião é prevista para o primeiro semestre de 2021.

Os Sherpa serão operados pelo 4º Batalhão de Aviação do Exército (4° BavEx), baseado em Manaus (AM). A chegada dos aviões também exigir a construção de um novo hangar na sede do 4° BavEx com capacidade para o manejo de cargas e embarque nos bimotores turbo-hélice.

O objetivo do EB é utilizar seus próprios aviões no transporte logístico na região Amazônica e assim obter independência da Força Aérea Brasileira (FAB), que hoje faz esse trabalho. Sem grandes recursos, a Exército optou por comprar aviões usados, fabricados há mais de três décadas, porém, tendo à frente cerca de 15 anos de vida útil.

As outras opções analisadas pelo país eram aviões novos como o Airbus C-212 (antigo CASA C-212), DHC-6 Twin Otter, Cessna Grand Caravan e o polonês PZL M-28. Já os Sherpa utilizados pelos americanos eram aviões de uso civil convertidos no final da década de 90 para a versão C-23B e que foram utilizados pela guarda nacional dos EUA até 2014, quando foram desmontados e estocados.

A ideia dos americanos, inclusive, era repassar 15 unidades, mas o Exército Brasileiro preferiu ter menos aeronaves a fim de preparar toda uma infraestrutura aérea antes de pensar na expansão da sua atuação. Ainda não se sabe se os aviões precisarão de algum tipo de modernização ou adaptação para suas funções no Brasil.

O interesse do Exército em voltar a ter seus próprios aviões é antigo e só não ocorreu antes porque a FAB detinha a exclusividade de operação de qualquer tipo de aeronave em ambiente terrestre até 1986. Foi quando o governo brasileiro decidiu permitir que o Exército pudesse operar helicópteros – a Marinha já havia obtido esse direito em 1965 e, mais tarde, em 1998, passou a ter seus aviões de asa fixa, o AF-1 Skyhawk, adquiridos para uso a bordo do porta-aviões São Paulo, hoje desativado.

O Sherpa também apresenta bom custo/benefício na comparação com outros aviões (Revista Verde-Oliva)
O Sherpa também apresenta bom custo/benefício na comparação com outros aviões (Revista Verde-Oliva)

Ex-Bombardier

O Sherpa é uma versão militar do avião de passageiros Short 360 criado pela fabricante Short Brothers da Irlanda do Norte em 1981. Foram produzidos pouco mais de 160 aeronaves até 1991 quando a fabricação foi encerrada. Ele pode transportar até 20 passageiros ou cerca de 4 toneladas de carga.

Embora tenha uma capacidade de transporte de passageiros semelhante a do Embraer Bandeirante, o avião irlandês tem uma configuração mais adequada ao transporte militar, com asas altas e uma porta de carga traseira de grande área. Sua fuselagem retangular e mais volumosa também favorece essa atuação cargueira. Em 1989, a Short Brothers foi adquirida pela canadense Bombardier e neste ano a unidade foi vendida ao grupo norte-americano Spirit Aerosystems.

Veja mais: Projeto “secreto” da Boeing pode originar sucessor do 737 MAX

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  1. Importante ,o nosso exército é preciso é necessário equipar . Eles são a defesas da pátria parabéns, Presidente, parabéns ministro do Exército é toda corporação .

  2. O Bolsonaro deveria cancelar está compra da aeronave sherpa, já que a nossa Embraer tem plenas condições de criar uma aeronave com melhores condições de adaptação ao nosso país e quebrar de vez está cultura de comprar sucata para nossas forças armadas…

  3. Somos mendigos mesmo. Vivemos dos restos dos países ricos e nos submetemos à interesses do capital. Não tem justificativa. É uma vergonha!

  4. Que licitação rápida heim??? Os suecos levaram quase 10 anos e ainda tem gente que fala que houve corrupção…

  5. Não vejo essa necessidade de compra,se o Brasil tem capacidade para algo melhor,além de sucata e a longo prazo.

  6. Te gente aí que é piloto da Força Aérea Americana, com vasta experiência em pilotagem de helicópteros militares kkkkk

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