A agência de aviação civil dos EUA (FAA) divulgou nessa terça-feira (6) um relatório preliminar propondo novos requisitos de treinamento para os pilotos de 737 MAX, abrindo o caminho para liberar a aeronave do aterramento que já dura mais de um ano.
O documento “Flight Standardization Report” (Relatório de Padronização de Voo) ficará aberto para receber comentários até o dia 2 de novembro. Segundo a FAA, as recomendações finais de treinamento para o jato da Boeing serão emitidas somente após o encerramento desse processo.
O rascunho do documento, que abrange procedimentos de treinamentos para todas as gerações do 737, adiciona o “treinamento com ênfase especial” nos softwares de controle de voo usados na família MAX, incluindo o MCAS (sistema de aumento das características de manobra).
Todos os pilotos em transição para voar no 737 MAX ou que já voavam na aeronave antes do aterramento terão de se submeter aos novos requisitos de treinamento em simuladores de voo, incluindo a familiarização com a versão atualizada do MCAS, que realiza comandos automáticos no estabilizados horizontal em determinados perfis de voo.
As ativações inadvertidas do MCAS foram apontadas como os principais motivos que causaram os dois acidentes do 737 MAX em 2018 e 2019. Além disso, a maioria dos pilotos habilitados para comandar a aeronave não eram treinados para lidar com o mau funcionamento do sistema, que forçou a queda dos aviões da Lion Air e da Ethiopian Airlines.
Os novos requisitos de treinamento para o 737 MAX foram elaborados com recomendações do Joint Operations Evaluation Board, grupo composto pelas agências de aviação civil dos EUA, Europa, Canadá e a ANAC do Brasil.
A liberação para o 737 MAX voltar ao transporte de passageiros deve ser emitida até o final deste ano. No entanto, os operadores só poderão retomar as atividades com a aeronaves após realizarem os processos de revisão de sistemas e o treinamento dos pilotos, o que deve empurrar o retorno do jato ao mercado somente no primeiro trimestre de 2021.
Veja mais: Boeing prevê queda de 11% na venda de novos aviões até 2039