O Comando da Aeronáutica decidiu cancelar a licitação que previa um novo arrendamento de um jato 767-300ER usado por três anos, lançada em abril do ano passado. Entre as razões apontadas pela FAB estão as mudanças do mercado de aviões comerciais atingido pela pandemia do coronavírus, o cenário orçamentário do governo brasileiro e o fato de o novo cargueiro KC-390, fornecido pela Embraer, ter ampliado sua capacidade de transporte.
Maior aeronave que já voou com as cores da Força Aérea Brasileira (FAB), o Boeing 767-300ER “FAB 2900” foi alugado em 2016 e chegou ao Brasil em julho daquele ano para ocupar uma lacuna na frota que há muito tempo não era preenchida, mas ele acabou indo embora no ano passado sem direito a despedida. No entanto, a Aeronáutica, diante da necessidade de continuar a dispôr de uma aeronave com essas características, decidiu lançar uma nova licitação, mas de aquisição de um jato usado em 2018.
Após selecionar a empresa Cloud Aria, que fez uma oferta de US$ 28 milhões pelo jato da Boeing, além de serviços e suporte logístico por 36 meses, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica determinou a imediata suspensão da licitação em fevereiro do ano passado. Um dos argumentos era que a aquisição não estava prevista no orçamento da pasta.
A surpresa é que dois meses após a revogação da concorrência, a FAB voltou a lançar um novo edital no mercado internacional, mas para um segundo contrato de leasing de três anos. A previsão de custo com o aluguel do 767-300 estimava que o governo arcaria com até US$ 41 milhões para manter o jato voando nesse período. Ou seja, quase US$ 13 milhões a mais que o valor pedido pela venda de um exemplar usado do avião da Boeing.
Embora tenha seguido em frente, com a seleção das empresas AER Sale, IAI, Jet Midwest e Consortium CL767 Aria a licitação acabou barrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em julho por conta da clara constatação que alugar o jato sairia muito mais caro para os cofres públicos do que comprá-lo em definitivo. Ainda mais que o primeiro contrato de arrendamento, com a empresa Colt, custou metade do valor estimado, ou US$ 19,8 milhões.
Apenas no dia 5 deste mês, a Aeronáutica, por meio da Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington (CABW), nos EUA, oficializou a revogação da licitação. A nota do órgão ainda observa que o certame não tem relação com outro projeto, o C-X2, que planeja a seleção de uma aeronave dedicada a função de transporte para a FAB.
Sucessor do KC-137
Designado como C-767, o Boeing recebido pela FAB em 2016 preencheu uma lacuna de três anos após a desativação dos velhos KC-137, jatos 707 comprados da Varig e convertidos para transporte logístico e reabastecimento aéreo na década de 80. Com capacidade para transportar 257 pessoas e 38 toneladas de carga em seus dois porões com 115 metros cúbicos de volume, o widebody cumpriu missões bastante relevantes durante seu período de uso.
Em 2018, por exemplo, o jato decolou do Rio de Janeiro (RJ) rumo a Manaus (AM) para remover pacientes em sua primeira missão de evacuação aeromédica. No ano anterior, o C-767 foi usado como aeronave de transporte do então presidente Michel Temer em viagem oficial à Alemanha para participar da reunião do G20. O FAB 2900 foi desativado em maio de 2019.
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Acho ruim o B767 é um dos melhores aviões já fabricados e não dá para comparar com o KC-390 pois esse é equivalente ao tamanho de um B737 ou seja o B767 carrega muito mais e por uma distância muito maior. Na verdade eu gostaria que fosse até que o B767 fosse o avião Presidencial ou aquele B787 que o México ta leiloando.