FAB celebra os 50 anos de operação do Northrop F-5 Tiger II

Caça norte-americano ainda é a espinha dorsal da Força Aérea Brasileira enquanto não recebe todos os seus Saab F-39 Gripen
Northrop F-5EM Tiger II na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (FAB)
Northrop F-5EM Tiger II na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (FAB)

Há 50 anos entrava em operação na Força Aérea Brasileira (FAB) um novo avião supersônico, o caça tático Northrop F-5 Tiger II, aquele que viria a ser a espinha dorsal da defesa aérea nacional por décadas.

O F-5 chegou em 1975 para dar à FAB uma capacidade de combate antes inexistente e com prontidão para defender nosso espaço aéreo e a soberania do país.

Não foi a primeira escolha da FAB à época, já que o desejo da força era ter o McDonnell Douglas F-4 Phantom, mas acabou sendo o modelo aceito após veto dos Estados Unidos ao jato citado.

A FAB adquiriu um total de 75 caças F-5 entre 1975 e 2008, entre modelos novos e usados (FAB)
A FAB adquiriu um total de 75 caças F-5 entre 1975 e 2008, entre modelos novos e usados (FAB)

Tendo o governo americano permitido adquirir o F-5 via FMS (Foreign Military Sales, Vendas Militares ao Estrangeiro), assim foi feito e a FAB.

Ágil no dogfight, o F-5 Tiger II estabeleceu-se por anos ao lado dos Dassault Mirage III do 1º GDA de Anápolis-GO, como principais vetores da Força Aérea.

Tendo chegado nas versões F-5B/E, o Tiger II serviu especialmente nos esquadrões Jambock e Pif-Paf no 1º Grupo de Aviação de Caça (GAvCa), baseado no Rio de Janeiro.

F-5EM operando no Esquadrão Jaguar, no 1º GDA (FAB)
F-5EM operando no Esquadrão Jaguar, no 1º GDA (FAB)

O F-5 foi lotado também no 1º/14º GAV, o Esquadrão Pampa, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

Antes da chegada do Saab Gripen, o jato da Northrop operou ao lado do Dassault Mirage 2000 e chegou a voar pelo esquadrão Jaguar no 1º GDA em sua versão F-5EM.

Em 50 anos de FAB, o F-5 acumulou milhares de horas de voo em missões diversas, como a icônica e célebre interceptação do bombardeiro nuclear Avro Vulcan da RAF (Royal Air Force) durante a Guerra das Malvinas/Falklands.

Caças F-5 da FAB em Canoas (FAB)
Caças F-5 da FAB em Canoas (FAB)

FAB recebeu um total de 75 caças

Dotado de dois turbojatos GE J85 com pós-combustão, o supersônico F-5 era (e ainda é) um caça simples, porém, versátil, com seus dois canhões Colt de 20 mm e mísseis ar-ar AIM-9L Sidewinder.

Tendo sido recebidas 42 unidades em 1975, sendo 6 do F-5B e 36 do F-5E, o caça de sempre da FAB somente teve sua frota ampliada em 1988, após o Brasil insinuar interesse pelo chinês Shenyang F-7M.

Assim, vieram mais 26 unidades, sendo 4 do F-5F e outros 22 F-5E de segunda mão. Tendo chegado a operar cerca de 60 exemplares do jato, a FAB iniciou um programa de modernização do caça em 2013.

O último KC-130H à época, FAB 2462, ao lado de dois F-5 (FAB)
O último KC-130H à época, FAB 2462, ao lado de dois F-5 (FAB)

Pouco antes, a FAB recebeu mais 11 aeronaves, sendo 8 F-5E e 3 F-5F oriundos da Força Aérea Real da Jordânia, para repor perdas e iniciar a modernização. No total, foram 75 caças recebidos pela FAB em 33 anos.

O programa F-5BR da FAB resultou na troca do radar Emerson AN/APQ-157 pelo Fiar Grifo F-BR, um pulse doppler multímodo com barramento serial STD MIL-1553, que colocou o caça da Northrop efetivamente na atualidade.

Caças Gripen E F-5 Tiger II (FAB)
Caças Gripen e F-5 Tiger II (FAB)

Graças a ele, o F-5 passou a contar com comando HOTAS (Hands On Throttle And Stick) e HUD (Head Up Display), além de capacidade NVG (Night Vision Goggles) e capacete HMD (Helmet Mounted Display), além de incluir o uso de mísseis ar-ar de curto e médio alcance Python 4 e Derby, respectivamente.

Com capacidades de um caça de 4ª geração, hoje o F-5EM continua a prestar seus serviços à FAB, ainda que seu tempo esteja acabando, com previsão de baixa em 2029, substituídos total ou parcialmente pelo Saab Gripen BR. “Senta a Púa, Tiger”!

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