FAB consegue vender nove caças Mirage 2000 inativos por R$ 1,8 milhão

Empresa francesa Procor aceitou pagar por parte do lote do antigo caça da Dassault e deve usá-lo no mercado de esquadrões agressores
O Mirage 2000 foi uma solução provisória enquanto novos caças não chegavam (FAB)
O Mirage 2000 foi uma solução provisória enquanto novos caças não chegavam (FAB)
O Mirage 2000 foi uma solução provisório enquanto novos caças não chegavam - e eles ainda não chegaram. (FAB)
O Mirage 2000 foi uma solução provisória enquanto novos caças não chegavam. (FAB)

Após três anos, a Força Aérea Brasileira (FAB) finalmente conseguiu vender nove dos 11 caças Mirage 2000 que foram retirados de serviço em 2013. Segundo informações publicadas pela Comissão Aeronáutica Brasileira, localizada em Washington, nos EUA, os aviões da Dassault foram adquiridos pela empresa francesa Procor pelo preço de US$ 452 mil, cerca de R$ 1,8 milhão.

Embora os nove caças não estejam em condições de voo por terem ultrapassado o limite de 10.000 horas, acredita-se que a compradora pretenda usá-los como aviões agressores. A atividade de treinamento em combate avançado de pilotos tem sido alvo de um movimento de “terceirização” nos últimos anos. Em vez de manter uma frota de caças para fazerem o papel de inimigos, algumas forças aéreas como a dos Estados Unidos têm contratado empresas para essa função, daí talvez o interesse em utilizar os Mirage 2000 brasileiros.

Os 12 caças Mirage 2000 das versões C e B (de dois lugares) foram comprados usados pelo governo Lula em 2005 de um excedente da Força Aérea da França. Na época, a FAB estava prestes a aposentar os velhos Mirage III recebidos na década de 70 e a perspectiva de contar com o futuro caça da concorrência F-X2 ainda era distante. Pelo lote, o Brasil pagou 60 milhões de euros, cerca de R$ 270 milhões (R$ 22,5 milhões por unidade) em valores atuais.

O Mirage 2000 foi durante muitos anos um dos caças mais rápidos do mundo (FAB)
O Mirage 2000 foi durante muitos anos um dos caças mais rápidos do mundo (FAB)

Desconto

Quando colocou os caças à venda, a FAB pedia US$ 2,5 milhões por oito unidades, mas a falta de interessados fez o governo baixar o preço no ano passado para US$ 508,6 mil e ampliar o número de aviões para onze – até então, a Aeronáutica pretendia preservar quatro jatos, mas decidiu reter apenas um.

Não se sabe ainda porque a Procor preferiu arrematar apenas nove Mirage 2000 e nem o que a FAB fará com os dois exemplares restantes. As aeronaves negociadas têm as designações 4940, 4941, 4942, 4943, 4944, 4945, 4947, 4949 e 4933, este da versão biplace e o mais caro deles, com preço de US$ 63 mil.

O Mirage 2000 é até hoje o caça mais potente que já operou na FAB, entre 2005 e 2013. Os caças franceses usados no Brasil podiam voar a mais de 2.500 km/h, mais de duas vezes a velocidade do som.

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Os esquadrões agressores privados estão se transformando em um mercado interessante para velhos caças (ATAC)

Veja também: França aposenta últimos Mirage 2000N, de ataque nuclear

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  1. O Brasil não estava utilizando mais esses caças, Então foi melhor vende-los,

    Agora para manter nossa soberania aérea em todo o território Brasileiro teríamos de ter no minimo uns 200 caças de ultima geração:

    Espero que um dia isso poderá acontecer:

  2. Esse o o meu Brasil ??, paga quase 300 milhões e vende por um,e no mínimo deve ter parcelado em 20 anos ? ? ?

  3. Confesso que não entendi direito. Os Mirages irão continuar voando, ou seja, de alguma maneira terão manutenção para ter condições de vôo. Pela reportagem, os Mirages deverão serem usados no treinamento de combate aéreo, de maneira que serão submetidos a situações críticas (em especial, da estrutura da aeronave), por que então não deixaram voando na FAB,? Pelo valor da venda, melhor seria deixar os aviões para serem usados no treinamento de combate com os novos caças, assim os pilotos brasileiros ganhariam mais experiência.

  4. Países de pequena monta pagariam muito mais que isso!!
    Qual a capacidade da força aérea do Uruguai?
    Da Bolívia? Do Paraguai? De Moçambique? De Angola?
    Quantos outros países utilizam está aeronave e pagariam muito mais apenas pelas peças de reposição??
    Tem caroço neste angu!!!

  5. E ainda tem 01 no Musal, 01 em Brasília, e aqui em Anápolis que está com a pintura comemorativa do Senna.

  6. Esse valor pago foi com treinamento de equipe para manutenção e peças sobressalentes por no mínimo 07 anos, essa é uma fantástica aeronave da geração passada, mas custa caro para mante Las, tem uma hora de vôo absurdamente cara e se for para fazer como a Venezuela, ter caças top e não poder mante Los, é melhor ter maior número de F5 Tiger que tem hora de vôo e manutenção barata até a chegada dos Saab. Essa aeronave de 63mil dólares para deixa lá operacional vai mais uns 300 mil USD fácil, então para o Brasil valeu a pena pelo tempo que serviu, se deixar mais uns 05 anos guardados, teria que pagar para alguma empresa particular desmontar para sucata tipo uma casa sem inquilino, o tmp é cruel…

  7. Todos excederam o limite de uso e, portanto, não podem voar. A bem da verdade valiam muito pouco mesmo, mas criticar é sempre fácil…

  8. Bernardo Valerio , esses aviões estavam a venda , desde que foram retirados do serviço ativo…ninguem se interesou por eles . Não tem caroço nenhum.

  9. Porque tudo que o Brasil tem não tem valor quando chega em outros países, pelo jeito esses caças foi quase de graça

  10. Gente…só pra esclarecer aos maníacos de Senna…
    Ela NUNCA voou um Mirage 2000!!
    Voou um Mirage III-D.
    Voou como “saco”…Não pilotou!

  11. Só para servir de comparação…
    O H145 do Neymar custou sozinho 50 milhões de reais!!
    Alguém aí acredita que 09 MIRAGES só custariam R$ 1,8 milhões??

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