A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Avibras Indústria Aeroespacial assinaram, na segunda-feira (23), um Memorando de Entendimentos para formalizar a intenção de desenvolver mísseis de cruzeiro de longo alcance no Brasil.
Comandante da Aeronáutica, o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez disse que a contribuição da FAB no projeto será na área de desenvolvimento conceitual do armamento. “É um momento marcante para a Força Aérea, uma vez que este documento sintetiza tudo que foi pensado e discutido e, agora, estamos dando os primeiros passos para colocar em prática.”
O projeto citado pelo Tenente-Brigadeiro Bermudez é o MICLA-BR (Míssil de Longo Alcance), um míssil aerotransportado de ataque estratégico com alcance de 300 km. O artefato será impulsionado por motor a reação e orientado por GPS, sensores infravermelho e radar. No futuro, o armamento poderá ser empregado nos novos caças Gripen E/F da FAB.
O MICLA é uma variante do sistema AV-TM 300 “Matador”, míssil tático lançado a partir de plataformas terrestres que está sendo desenvolvido pela Avibras em parceria com o Exército Brasileiro, que deve receber as primeiras unidades até 2022.
“Os benefícios a serem gerados com esta iniciativa vão além do incremento na capacidade de defesa de nossa nação, pois contribuirá para o fomento da Base Industrial de Defesa, gerando empregos, evolução tecnológica, e até mesmo divisas por meio da possibilidade de exportação de produtos tecnológicos de alto valor agregado”, salientou a FAB em comunicado.
Atualmente, somente 15 países detém o conhecimento para produzir mísseis de longo alcance. São eles: EUA, Rússia, China, Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Índia, Reino Unido, França, Itália, Suécia, Noruega, Israel, Irã e Paquistão.
O MICLA-BR é um dos 18 projetos estratégicos apresentados no plano Visão Força Aérea 100 da Aeronáutica e que devem ser concluídos até 2041, ano em que será celebrado o centenário da FAB.
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