O Ministro da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, confirmou ao jornal O Estado de São Paulo nesta quinta-feira (11) que a Força Aérea Brasileira reduzirá a encomenda de jatos de transporte militar KC-390 de forma unilateral.
A decisão ocorre após sete meses de negociações com a Embraer que terminaram nesta semana sem um acordo. A FAB quer que o pedido de 28 aviões seja reduzido para apenas 15 unidades, alegando problemas orçamentários.
Segundo Baptista Junior, a fabricante não aceitou a proposta do governo Bolsonaro. “Considerando a decisão da Embraer e a impossibilidade de permanecer com a execução do contrato nas quantidades atuais, a Força Aérea Brasileira, no intuito de resguardar o interesse público, iniciará, dentro dos limites previstos na lei, os procedimentos para a redução unilateral dos contratos de produção das aeronaves KC-390, fato inédito e indesejável nessa importante e cinquentenária relação”, disse o Ministro ao Estado.
A medida deve criar um impasse jurídico no negócio avaliado em R$ 14 bilhões. O programa KC-390 foi lançado em 2008 após a Força Aérea solicitar à Embraer uma aeronave multimissão capaz de substituir os defasados turboélices C-130 Hercules.
A Embraer então desenvolveu um jato com desempenho e capacidade bastante superiores ao rival americano, que segue como o mais popular avião do segmento. O primeiro KC-390 foi entregue em 2019 e desde então outras três aeronaves foram repassadas para a FAB. Neste ano, no entanto, não houve ainda a entrega do 5º jato.
A informação de que a Aeronáutica havia solicitado uma revisão no pedido à Embraer surgiu em maio, mas sem especificar a quantidade a ser cancelada. O KC-390 possui três clientes: além do Brasil, Portugal adquiriu cinco jatos e a Hungria, dois, o primeiro deles que começou a ser produzido nesta semana.
São, portanto, 35 unidades encomendadas até aqui, um número bastante baixo para uma aeronave que sempre foi vista como de grande potencial a ponto de a Boeing manifestar o desejo de negociá-la em seu portfólio, iniciativa que acabou frustrada pela rompimento com a Embraer em 2019.
Após a revisão do pedido da FAB restarão apenas 22 aviões confirmados, volume modesto para um projeto tão complexo e caro.
Segundo o jornal, a Embrar preferiu não se manifestar.
Realmente estamos passando por um momento extremamente difícil na nossa economia, porém em contra partida tem a questão de prejuízos caso a Embraer tenha aceite os desacordos, complicado e totalmente compreensivo a posição da Embraer.
Falta de visão estratégica do governo; mas dinheiro para o carnaval, bolsa família, vale gás e outros programas paternalistas e assistencias não falta.
Lamentável essa decisão da FAB!
O curioso é que andam especulando o interesse em adquirir 02 A330 MRTT da RAF, muito mais caros de aquisição e de operação (acredito eu), ainda que sejam usados. Pensando na uniformidade da frota, não seria mais indicado optar pelo avião nacional ? Para outras necessidades, a FAB poderia procurar no mercado de usados pois, por causa da pandemia, devem ter muitas aeronaves comerciai, com baixos ciclos, que não voltarão ao mercado e os custos de aquisição e adaptação devem sair bem mais em conta.
Só o fundão vai ser 6 bilhões para propaganda política sem contar o orçamento “secreto” vai entender