Um desafio ainda recente e que provavelmente nunca deve terminar, as ameaças cibernéticas estão ativando alarmes no mundo todo, levando uma mobilização de mentes e máquinas para deter ataques eletrônicos promovidos por hacker. O Brasil é um dos países que está montando defesas para enfrentar essas hostilidades.
Em comunicado divulgado na terça-feira (2), a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou os preparativos para a criação de uma unidade dedicada para enfrentar ameaças cibernéticas, o Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER).
O projeto está na primeira fase, com a implantação do Núcleo do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (NuCDCAER) sob o comando do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR). De acordo com a FAB, essa etapa será finalizada até junho de 2022. Em seguida, na segunda fase do programa, a ativação do CDCAER será formalizada até dezembro de 2023.
De acordo com a FAB, a defesa cibernética “vem se estabelecendo como atividade fundamental” no meio militar e policial e que essas novas ameaças “estão cada vez mais prováveis”.
“Para tanto, é necessária atuação ampliada e qualificada para proteção, exploração e ataque cibernéticos, capacidades essas que darão segurança aos meios do Sistema de Controle do Espaço Aéreo, às Atividades Espaciais e da Defesa do Espaço Aéreo”, cita o comunicado da Aeronáutica.
Em novembro de 2020, no II Seminário de Segurança e Defesa Cibernética, com foco nos desafios da Defesa Cibernética na Projeção Espacial Brasileira, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ressaltou que “há uma necessidade constante, por parte da defesa cibernética, de um monitoramento – de 24 horas, por sete dias na semana – de toda a rede de dados que requer equipamento e pessoal qualificado em alerta contínuo, devido ao alto valor agregado das atividades aeroespaciais.”
Plano “Visão Força Aérea 100”
O estudo e a fundação do novo Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica é um dos itens do plano de longo prazo “Visão Força Aérea 100”, que estabelece uma série de objetivos e projetos que a Aeronáutica espera concluir até 2041, ano em que será celebrado o centenário da FAB.
A lista, disponível no site da FAB, inclui projetos que já estão em andamento, como o FX-2 (desenvolvimento e aquisição dos caças Gripen E/F), KC-X (Embraer KC-390) e o E-99M (versão modernizada do “avião-radar” EMB-145 AEW&C), além de adequações na Ala 2 (base aérea de Anápolis) e no Centro Espacial de Alcântara.
O plano da FAB também cita propostas que podem colocar o Brasil entre as maiores nações desenvolvedoras de tecnologias aeroespaciais avançadas. É o caso dos projetos PROPHIPER, um demonstrador tecnológico de aeronave com propulsão hipersônica, e o VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), um foguete destinado ao lançamento de microssatélites (até 150 kg) em órbitas equatoriais e polares.
Outro projeto que chama atenção é o ARP-REC (Aeronave Remotamente Pilotada para Reconhecimento Aéreo). No plano, a aeronave é descrita como um modelo de produção nacional capaz de operar em grandes altitudes e controlada via satélite, “possuindo uma ampla área de atuação e aplicação”.
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Espero que a foto não seja real. Não quero que a FAB use MS Windows num sistema de defesa eletrônica, quero segurança.