A Força Aérea Brasileira (FAB) abriu em março um processo de licitação para modernizar 50 aviões de treinamento Embraer T-17 Tucano utilizados atualmente na Academia da Força Aérea (AFA). De acordo com o edital da FAB, o projeto foi batizado como T-27M e prevê a atualização da aviônica (toda parte eletrônica da cabine) das aeronaves. Empresas interessadas tem até a próxima segunda-feira (7) para apresentar suas propostas.
A modernização, avaliada em R$ 42,5 milhões, vai mudar a aviônica dos Tucanos para o padrão “glass cockpit”. Isso quer dizer que os instrumentos analógicos serão retirados e substituídos por equipamentos digitais. A FAB determinou que os aviões devem receber nos dois postos de comando telas coloridas de 10 polegadas ou duas de 6 polegadas (medida diagonal) com função touchscreen. Os T-27 também serão equipados com sistemas atualizados de rádio e navegação por satélite.
A FAB ainda exige que os novos equipamentos devem ser compatíveis com a potência elétrica gerada pelo Tucano e as alterações não podem impactar em modificações estruturais na cabine e fuselagem da aeronave. Os aviônicos atualizados também devem ser resistentes às manobras (força G) do avião.
A licitação da FAB está aberta para empresas nacionais e estrangeiras, desde que participem do processo em parceria com grupos brasileiros. O edital estipula um prazo de 24 meses para a realização do serviço, com dois protótipos para os processos de teste e certificação e 48 aeronaves de série. A modernização das aeronaves poderá ser executada no PAMA-LS (Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa, MG) ou na BASP (Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, SP).
Segundo a FAB, a modernização dos Tucanos é necessária devido a obsolescência dos instrumentos analógicos, especialmente para o voo por instrumentos, com dificuldade de reposição e para compatibilizar a aeronave com os novos padrões de tráfego aéreo. A expectativa é que à atualização estenda em mais 15 anos o uso dos T-27.
O Tucano (não confundir com a versão mais avançada Super Tucano) está em operação com a FAB desde 1983. A aeronave foi desenvolvida para o treinamento avançado de pilotos e missões de ataque leve, tarefa que o T-27 já não cumpre mais no Brasil.
A produção do EMB-312, como a Embraer chama o Tucano (T-27 é a designação militar da FAB), foi descontinuada em 1996 e mais de 600 unidades foram entregues. Além do Brasil, outros países que comprara a aeronave foram o Reino Unido, França, Argentina e Iraque.
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