Os caças-bombardeiros A-1 da Força Aérea Brasileira (FAB) baseados em Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), estão de mudança nesta quinta-feira (15) para a Base Aérea de Santa Maria (BASM), no Rio Grande do Sul. As aeronaves, antes operadas pelo Esquadrão Adelphi, serão incorporadas aos esquadrões Centauro e Poker, que já operam o modelo.
De acordo com o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, o local foi o mais adequado para concentrar as aeronaves que passam por processo de modernização. “A Base (Aérea de Santa Maria) reúne condições favoráveis pela região em torno, pelo fato de existir um estande (de tiro de Saicã) nas proximidades. Isso tudo facilita o uso do avião naquela região. Facilita mais do que se mantivéssemos em Santa Cruz, onde o tráfego aéreo é mais intenso”, explica o oficial-general, em comunicado da FAB.
O esquadrão Adelphi foi desativado na Base Aérea de Santa Cruz (BASC) na segunda-feira (12). A ação é a primeira a ser concretizada, dentre as que envolvem mudanças em unidades aéreas, e segue a programação de reestruturação administrativa e operacional proposta pelo Comando da Aeronáutica com o objetivo de concentrar serviços para reduzir custos.
De acordo com o programa, o esquadrão Adelphi deve ser reativado em Anápolis (GO) com a chegada do novo caça Gripen NG, programada para 2019. O efetivo de 162 militares também foi transferido para unidades da FAB em Santa Maria, unidades aéreas e administrativas no Rio de Janeiro, Brasília (DF) e região Norte.
Os hangares em Santa Cruz passarão a ser ocupados pelo Esquadrão Puma, que opera helicópteros H-36 Caracal.
Adelphi
O esquadrão Adelphi, criado em 1988, foi a primeira unidade da FAB a ser equipada com o A-1, alcunha militar do Embraer AMX. O grupo é treinado para realizar missões de ataque, reconhecimento armado, controle aéreo avançado, interferência eletrônica, entre outras.
O esquadrão antes baseado em Santa Cruz também era o único do Brasil munido do A-1M, versão modernizada do aparelho militar. A FAB possui 53 caças AMX, entre modelos originais e atualizados.
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A FAB possui 53 caças AMX em seu inventário. Com a chegada do GRIPEN a partir de 2019 o esquadrão adelphi será reativado em Anápolis onde vai operar com metade da frota de 36 caças e a outra metade ficará com o esquadrão Jaguar que operava o Mirage 2000C até 2013.
Os AMX serão todos concentrados em Santa Maria, uma parte será desativada servindo como reposição de peças, e a maioria continuará em serviço nos dois esquadrões que lá já se encontram, mas serão modernizadas; a princípio 28 caças serão modernizados, sendo que 3 já foram entregues no novo padrão A-1M. Lembrando que este caça é voltado para reconhecimento e ataque, enquanto o novo GRIPEN NG comprado pelo Brasil é um caça multifunção, podendo ser utilizado para ataque, reconhecimento, interceptação.
AMX é um caça subsônico, portanto seu alcance e raio de ação é limitado, sinceramente não vejo aplicação prática desse aparelho em dias atuais para missões HI-LO-HI num país com as dimensões do Brasil, a não ser em ações muito localizadas e regionais. Seu desempenho foi aprovado em missões pontuais e específicos na Europa e África, mas o projeto já demonstra a sua idade, mesmo as versões atualizadas. O Brasil precisa com certa urgência substituir os AMX por aviões Multi-Role, assim não haveria necessidade de comprar aeronaves em quantidades, e sim em capacitações. Ter uma frota tão grande de aviões defasados não faz a Força Aérea atingir uma boa relação custo-benefício que o AMX se propunha a ter inicialmente quando da aquisição.