A AEL Sistemas, empresa de Porto Alegra (RS) que desenvolve sistemas de defesa, entregou, na última semana, o primeiro dos oito P-95M à Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave, conhecida como “Bandeirulha”, passou por um intenso processo de modernização no Parque de Material de Aeronáutica dos Afonsos, no Rios de Janeiro, que incluiu revitalização da estrutura e a instalação de novos equipamentos eletrônicos e um radar atualizado.
No programa de modernização, o avião de patrulha marítima trocou o antigo painel analógico do final da década 1970 por quatro modernas telas digitais. Já o radar, modelo Seaspray 5000E, pode detectar uma embarcação de grande porte a até 370 km de distância e seguir 200 alvos ao mesmo tempo. Segundo a AEL, o equipamento pesa apenas 48 kg.
O sistema de navegação da aeronave modernizada agora funciona com dados via satélite, o que aumenta a precisão dos voos e vigilância, e também foram introduzidos novos equipamentos de comunicação, mais confiáveis.
O programa de modernização das aeronaves também contempla a reforma de outros 42 Embraer C-95 Bandeirante, avião de transporte e suporte aéreo que deu origem ao Bandeirulha.
Os primeiros Bandeirulha modernizados vão operar com os esquadrões Phoenix e Netuno, baseados em Florianópolis (SC) e Belém (PA). Com a revitalização, as aeronaves devem seguir em operação até meados de 2034.
Embraer dos mares
O Bandeirulha está operação com a FAB desde 1977 e a frota atual conta com 12 aparelhos, que dividem a vigilância marítima com os P-3 Orion, de maior alcance. O avião da Embraer pode carregar foguetes para atacar embarcações hostis ou lançar ao mar sonoboias para encontrar submarinos inimigos.
Além de vigiar regiões costeiras, o modelo bimotor também atua em ações de busca e salvamento de náufragos e combate à pirataria, pesca ilegal e crimes ambientais.
O Bandeirulha também é utilizado pelas forças armadas do Chile e do Gabão. A aeronave de patrulha da Embraer também foi utilizada pela Argentina por um breve período e chegou até a participar de ações militares reais durante a Guerra das Malvinas, em 1982. Após o conflito contra a Inglaterra, os aviões foram devolvidos ao Brasil.
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Acho que a Embraer poderia rever a produção dos Bandeirantes que seriam fornecidos somente para voos regionais e pistas de pousos de terra.
A Embraer poderia reconfigura-lo em mono turbina. Se tornaria um “caravanzão” bem mais elaborado – ainda que simples e sem pressurização (com aquela fuselagem aquadrada seria uma bela mula de carga.
Me admiro a capacidade destas células permanecerem em condições destas aeronaves com capacidade de voarem por mais 20 anos.
Enfim … é uma noticia que me faz lembrar quando criança quando meu pai (Oficial de Comunicações) atualmente na Reserva, fez parte da implantação do P-95 quando servia no 1/7 em Salvador.
Curioso que hoje o P-95 voa junto com o P-3, justamente o P-3 que a 40 anos foi cogitado a suceder o P-15 (ou o P-2E Neptune).