A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nesta semana o balanço de suas ações na Operação Verde Brasil para combater os focos de incêndio na região da Floresta Amazônica desde o dia 24 de agosto. Com o envolvimento de 15 Unidades Aéreas, a FAB realizou missões de combate a incêndio em voo e transporte aéreo logístico, dentre outras, somando 875 horas de voo.
Na Ala 6, organização da FAB em Porto Velho (RO), o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo – empregou duas aeronaves C-130 Hércules no combate às chamas. Em mais de dois meses de operação, 147 militares foram envolvidos nas missões do C-130, que conta com o sistema MAFFS (do inglês Modular Airborne Fire Fighting System), capaz de despejar água sobre áreas atingidas por incêndios. A cada voo, o Hércules lança 12 mil litros sobre o terreno, de modo que foram contabilizados mais de 600 mil litros lançados. O Esquadrão Gordo somou mais de 140 horas de voo, empregadas para mobilização, transporte aéreo logístico e atuação direta contra o fogo.
As áreas onde os militares das forças armadas atuaram foram indicadas pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), órgão vinculado ao IBAMA. “A aeronave do IBAMA realiza sobrevoo de reconhecimento das áreas com focos de incêndio e repassa as coordenadas para os aviões da FAB que executam o lançamento de água. Essa cooperação é muito importante para que possamos combater os focos de incêndio”, explicou a coordenadora do Núcleo de Operações e Combate do Prevfogo, Ana Canuto.
O Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (2º/6º GAV) – Esquadrão Guardião, sediado em Anápolis (GO), atuou no reconhecimento aéreo para identificar áreas atingidas por incêndios. Uma tripulação de 33 militares cumpriu cinco missões, somando 20h35 de voo.
A FAB participou, ainda, do transporte aéreo logístico da operação. O Primeiro Esquadrão do Nono Grupo de Aviação (1º/9º GAv) – Esquadrão Arara – transportou, em agosto, 30 bombeiros da Força Nacional do Distrito Federal para Rondônia, para serem incorporados ao grupo de militares da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, do Exército Brasileiro, com o objetivo de realizar os trabalhos de combate às chamas no solo. A bordo do C-105A Amazonas, a equipe foi formada por cinco tripulantes, que cumpriram 12h35 de voo (2h30 para mobilização e 10h05 efetivamente transportando pessoal). O Esquadrão Arara cumpriu mais duas missões de transporte, somando, no total, 71 passageiros e mais de quatro toneladas de carga transportados em 27h55 de voo. Também com o C-105A Amazonas, o Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1º/15º GAV) – Esquadrão Onça – transportou 104 passageiros, entre militares e civis para atuar no combate às chamas em 20 horas de voo. Já o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) – Esquadrão Pelicano – cumpriu 17h25 de voo para transporte de carga em apoio à Operação.
No Estado do Pará, o Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo (1º ETA) – Esquadrão Tracajá – sediado na Ala 9, em Belém, realizou diversas missões desde o dia 27 de agosto. Somente no dia 28 de agosto, realizou o transporte de 16 bombeiros militares para regiões afetadas pelo fogo. A aeronave C-97 Brasília se deslocou da capital paraense para as cidades de Altamira e Itaituba, a cerca de 500 km e 900 km de distância do ponto de origem, respectivamente. No mesmo dia, com o C-98A Grand Caravan, a unidade realizou duas missões com o objetivo de realizar reconhecimento de Área Operacional (AOP) nas regiões de Novo Progresso, Castelo dos Sonhos e Itaituba, cidades do Estado do Pará. A terceira aeronave empregada pelo Esquadrão foi o C-95 Bandeirante, que realizou missões de transporte das equipes especializadas para reconhecimento das áreas. Foram 27 missões realizadas pelo Esquadrão Tracajá, completando quase 190 horas de voo e mais de 200 passageiros transportados.
O Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA) – Esquadrão Guará -, sediado em Brasília (DF), também participou da Operação. Engajado desde o dia 01/09, voou 80h50 com o C-98 Caravan, o C-97 Brasília e o U-35 Learjet para o transporte de agentes de órgãos federais. Já o Segundo Esquadrão de Transporte Aéreo (2º ETA) – Esquadrão Pastor -, sediado em Natal (RN), transportou 33 passageiros, incluindo 11 bombeiros israelenses e dois tradutores até a Região Norte, acumulando 24h50 de voo e 11 militares envolvidos. Sediado em Manaus (AM), o Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo (7º ETA) – Esquadrão Cobra – transportou 84 passageiros em dez missões cumpridas, somando 61h30 de voo. O Terceiro Esquadrão de Transporte Aéreo (3º ETA) – Esquadrão Pioneiro somou 16h10 de voo e 14 passageiros transportados. E o Primeiro Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (1º/2º GT) – Esquadrão Condor -, sediado no Rio de Janeiro (RJ), cumpriu cinco missões com suas aeronaves C-99 e C-97 Brasília, engajando 21 militares e somando 240 pessoas transportadas, a maioria bombeiros, em 38 horas de voo.
Asas Rotativas
O Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAV) – Esquadrão Falcão – também foi acionado nas ações de combate aos focos de incêndio na região da Floresta Amazônica. No total, foram 70h15 de voo com a aeronave H-36 Caracal, com envolvimento de 110 tripulantes e 243 passageiros transportados, em sua maioria bombeiros militares. O Esquadrão Falcão realiza missões de transporte aéreo logístico, infiltração e exfiltração, em apoio às equipes envolvida com a preparação e organização da operação.
O Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7°/8° GAV) – Esquadrão Harpia –, sediado em Manaus, chegou a Porto Velho ainda em agosto para colaborar nos esforços de combate aos focos de incêndio e ao Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), localizado na Serra do Cachimbo, no Pará. Pela capacidade de atuar em áreas de difícil acesso, as duas aeronaves H-60L Black Hawk transportaram militares e civis para focos de incêndio, totalizando 97 horas de voo e mais de 900 passageiros transportados.
A Área de Exercícios do Campo de Provas Brigadeiro Velloso ( CPBV), na Serra do Cachimbo, Sul do Pará, serviu de base de desdobramento na Operação Verde Brasil. Militares da FAB e do Exército e agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do IBAMA atuaram a partir do CPBV. Além disso, aeronaves AT 802, do acervo da Corporação Nacional Florestal do Chile e militares do Corpo de Bombeiros de diversos Estados brasileiros integraram o esforço conjunto coordenado pelo Ministério da Defesa no combate aos incêndios que atingiram a região Amazônica.
As atividades aéreas são coordenadas pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a partir de Brasília (DF), de onde é conduzido o emprego operacional das aeronaves, seja no transporte de pessoal ou na ação de Combate a Incêndio em Voo.
Operação Verde Brasil
Em 23 de agosto de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou o Decreto Nº 9.985, autorizando o emprego das forças armadas para a Garantia da Lei e da Ordem e para ações subsidiárias, no período de 24 de agosto a 24 de setembro de 2019, nas áreas de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas dos Estados da Amazônia Legal que requererem ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais; e levantamento e combate a focos de incêndio.
Em 20 de setembro, foi editado o Decreto 10.022, que estendeu a participação das forças armadas no combate aos incêndios na Floresta Amazônica, no período de 24 de agosto a 24 de outubro de 2019.
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Será que não devemos ter um plano permanente com aviões e recursos específicos para combate aos incêndios no país (dotar nossas estruturas civil e militar com os instrumentos necessários para esta tarefa)?
As mudanças climáticas são fato. Países como Estados Unidos, Austrália e países da Europa também tem incêndios florestais todo ano. Poderíamos ver como estes países estão conduzindo esta questão em relação a equipes, equipamentos e planos para um problema que é mundial. Nossa indústria aeronáutica pode colaborar nesta questão utilizando plataformas de aviões de modelos existentes para a fabricação de aviões com esta finalidade de combate a incêndios florestais. Afinal nossas riquezas naturais devem ser defendidas e cuidadas por toda a população.