FAB lança bombas pela primeira vez em treinamento com o P-3

Aeronave de patrulha marítima e tripulações estão realizando treinamentos em Marambaia (RJ)
O P-3 Orion pode carregar armamentos em suportes nas asas ou no porão central (FAB)
O P-3 Orion pode carregar armamentos em suportes nas asas ou no porão central (FAB)

O P-3 Orion pode carregar armamentos em suportes nas asas ou no porão central (FAB)

O P-3 Orion pode carregar armamentos em suportes nas asas ou no porão central (FAB)

A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou nesse sábado (19) o primeiro exercício de lançamento de bombas a partir da aeronave de patrulha marítima P-3AM, atualmente a maior na frota da FAB com 35,6 metros de comprimento. A aeronave, que participa do “Exercício Orunganitas II” que vai até quarta-feira (23), lançou bombas de queda livre MK-82, que podem pesar até 256 kg – esse mesmo artefato também é empregado nos caças F-5 e A-1.

Ao todo, segundo comunicado da FAB, serão lançadas 10 bombas no estande de tiro militar de Marambaia, a 18 quilômetros da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O objetivo do treinamento, que envolve 28 militares do Esquadrão Orugan, sediado em Salvador, é explorar os sensores e as capacidades da aeronave quadrimotor. A FAB ainda não divulgou imagens ou vídeos do treinamento.

O comandante do esquadrão, Tenente-Coronel Antônio Ferreira de Lima Junior, explica que o efeito da arma é inerte, mas a manipulação é como se o equipamento fosse real. “Todos os procedimentos de segurança que a aeronave armada em voo requer serão rigorosamente observados”, explica o comandante em comunicado da FAB.

Embora o lançamento ocorra contra um alvo localizado em terra, a intenção é testar a ação antissubmarino. “Pretendemos avaliar a exatidão do sistema de armamento e capacitar a tripulação para operações no mar territorial”, destaca.

Durante a missão, uma aeronave executa o lançamento da bomba e outra valida as informações do sistema tático.

Objetivo a longo prazo

O comandante do esquadrão ressalta ainda que o treinamento é apenas uma etapa na avaliação dos sensores do P-3AM, que será feita em gradação. “Primeiro, estamos treinando com bombas mais simples, depois testaremos o torpedo e, mais para frente, o míssil”.

A FAB está se preparando para receber o míssil americano antinavio AGM-84L Harpoon, que é mais um reforço na defesa da costa marítima brasileira. A previsão é que o armamento chegue a partir do próximo ano. Serão entregues 16 mísseis reais e quatro para treinamento.

Um P-3 da força aérea do Canadá lançando bombas MK-82 de queda livre (Divulgação)
Um P-3 da força aérea do Canadá lançando bombas MK-82 de queda livre (Divulgação)

O Lockheed Martin P-3, também conhecido como “Orion”, está em serviço no Brasil desde 2010. As aeronaves, fabricadas entre 1964 e 1965, foram adquiridas de estoques dos Estados Unidos e modernizadas na Espanha pela CASA/EADS e equipadas com alguns dos mais avançados sensores e equipamentos de guerra antissubimarino.

Apesar da idade avançada, o P-3 modernizado ainda é considerado uma das aeronaves mais eficientes da atualidade para a missão de vigilância e proteção marítima. A configuração com quatro motores turbo-hélice permite voos de longa duração que podem durar até 17 horas.

O P-3 pode carregar até 9.000 kg de armamentos (FAB)
O P-3 pode carregar até 9.000 kg de armamentos (FAB)

Ao todo, a frota da FAB possui 12 aparelhos. O P-3 é a versão militar do L-188 Electra II, avião que atuou por 30 anos na ponte aérea Rio-São Paulo com a Varig.

Veja mais: Pequenos países com grandes forças aéreas

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