A Planta de Aviação de Kazan (KAPO), localizada a cerca de 700 km a leste de Moscou, pretende iniciar as entregas dos primeiros jatos comerciais Tupolev Tu-214 em 2024, afirmou um representante da fábrica à agência Interfax.
O Tu-214 é um avião semelhante ao Boeing 757, de fuselagem estreita e que pode transportar mais de 200 passageiros. Ele foi desenvolvido a partir do Tu-204, projeto que foi concluído perto do fim da União Soviética, em 1990.
A diferença entre as duas versões envolve o número de portas e saídas de emergência – o Tu-214 tem mais portas e menos janelas de emergência. Além disso, ele é produzido em Kazan enquanto o “irmão” era produzido em Ulyanovsk por outra fábrica, a Aviastar.
Ele deveria ter sido o substitutodo Tu-154, um trirreator semelhante ao Boeing 757, porém, com o fim do comunismo no país, e a consequente abertura comercial, apenas uma centena deles chegou a ser produzida.
70 aviões encomendados
Deixado de lado diante do desenvolvimento do bem mais moderno MC-21, o Tu-214 acabou resgatado após as sanções econômicas do Ocidente em consequência da invasão militar à Ucrânia.
Como ele não utiliza componentes ocidentais, sua fabricação é atualmente mais viável, a despeito de ter aviônicos mais antigos e motores pouco eficientes.
Além disso, programas como os jatos MC-21 e SuperJet passam pela substituição de fornecedores ocidentais por similares russos e devem demorar mais para serem produzidos em grandes quantidades.
A missão do Tu-214 será substituir modelos Airbus A320 e Boeing 737 e para isso o governo russo encomendou 70 aeronaves inicialmente. A meta é concluir a montagem de três jatos em 2023, sete em 2024 e a partir de 2025 dez aeronaves por ano.
“Foram celebrados acordos de intenções e contratos firmes com vários futuros operadores. As datas de entrega, de acordo com os contratos, começam em 2024”, disse um porta-voz da KAPO à mídia local.
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Entre os futuros operadores do Tu-214 estão a Aeroflot, Red Wings e UVT Aero, mas não há detalhes sobre quantos aviões cada companhia comprou.
Mais uma vez, parabéns à Rússia ! Procurando sua independência ! Um eventual “passo para trás” significará no futuro muitos “passos para frente”. Avião russo, projeto russo, componentes russos, tecnologia russa, inteligência russa, mão de obra russa. E em menos de 10 anos eles vão superar eventuais deficiências do modelo e no final terão um produto competitivo. Isso é atitude de país verdadeiramente soberano ! E o Brasil ? Projeta excelentes aviões cheios de componentes estrangeiros, suscetíveis a sanções… A começar pelas turbinas….