A companhia cargueira FedEx confirmou nesta semana que vai aposentar seus antigos trijatos MD-10 no próximo ano. Em comunicado aos investidores, a empresa diz que os investimentos e o crescimento obtidos no ano fiscal de 2019 criaram o “momento ideal” para comprar novas aeronaves e desativar os modelos menos eficientes.
“Nós aposentamos com sucesso todos de nossas aeronaves A310, e esperamos aposentar toda a nossa frota de MD-10 até o final do ano fiscal de 2022”, informou a empresa norte-americana. As aeronaves serão substituídas pelos bimotores Boeing 767F e 777F.
O clássico jato da McDonnell Douglas voa com a FedEx há quase 40 anos. A empresa tem atualmente 17 unidades ativas (quatro MD-10-10 e 13 modelos MD-10-30). É a maior frota do tipo no mundo, e também uma das últimas.
A FedEx recebeu os primeiros modelos em 1980 e operou um total de 77 aeronaves, segundo dados do Airfleets. No passado, o avião tinha outro nome: ele era o DC-10. A mudança aconteceu em 1996, quando a McDonnell Douglas lançou a versão modernizada MD-10, que incorporava os mesmos sistemas do MD-11, um dos jatos comerciais mais avançados da década de 1990.
Embora apareça na lista de aviões “menos eficientes” da FedEx, o MD-10 ainda esbanja uma capacidade invejável. O modelo MD-10-10 suporta uma carga útil de 65 toneladas e tem autonomia de 3.700 km. O MD-10-30 é ainda mais impressionante: comporta quase 82 toneladas e tem alcance próximo dos 7.000 km.
Os MD-10 remanescentes na frota da FedEx têm uma idade média de 40 anos. O mais antigo é o modelo “N550F”E, entregue pela McDonnell Douglas em 1972 à American Airlines, em versão de passageiros. Em 1997, a aeronave foi adquirida pela empresa cargueira e convertido para a nova missão.
Ave rara
Um tipo de avião cada vez mais raro nos aeroportos, os trijatos logo deve entrar em extinção. Um dos modelos mais icônicos da categoria, o DC-10/MD-10 é um dos poucos de sua espécie que ainda sobrevive no mercado, embora por pouco tempo.
Além da FedEx, outro operador comercial do MD-10 é a TAB Cargo, da Bolívia, que possui um cargueiro listado como ativo (com matrícula CP-2791) – ontem mesmo (21/1) o modelo fez um voo entre Miami e Santa Cruz de La Sierra, segundo dados do Flightradar24.
Outros operadores do clássico trijato são as forças aéreas dos EUA e da Holanda. Os americanos, no entanto, já começaram a desativar seus KC-10 Extender, versão militar adaptada para missões de reabastecimento aéreo (REVO). O modelo derivado do DC-10 é até hoje o “avião-tanque” com maior capacidade operado nos EUA, capaz de transportar 165.561 kg de combustível.
Até pouco tempo, o MD-10 servia em missões variadas. A empresa 10 Tanker Air Carrier desativou no ano passado os últimos modelos adaptados para combater incêndios. A Omega Air também aposentou recentemente o último KC-10 civil do mundo, usado em missões REVO com clientes militares, assim como o trijato da fundação Orbis International, que servia como um hospital móvel.