Filipinas demonstra interesse no caça sul-coreano KF-21 Boramae

Novo caça da Korea Aerospace Industries pode ser incluído na concorrência do programa MRF da Força Aérea de Filipinas, que também pretende avaliar o F-16 e o Gripen
O primeiro voo do KF-21 foi realizado em 19 de julho (DAPA)

Primeira aeronave de caça desenvolvida na Coreia do Sul, o KF-21 Boramae da Korea Aerospace Industries (KAI) já desperta o interesse de outras nações. É o caso de Filipinas, cuja força aérea considera incluir o jato da KAI no programa MRF (Multi-Role Fighter/Caça Multifuncional).

A afirmação partiu de Maynard Mariano, coronel da Força Aérea de Filipinas. Em declarações à imprensa local, o militar disse que incluir o caça sul-coreano no programa “é uma possibilidade, dado que o MRF ainda não foi financiado, o KF-21 pode ser um candidato”.

Em curso desde 2018, o programa MRF ainda é cercado de indecisões. A primeira aeronave cogitada para força aérea filipina foi o Saab Gripen C/D (não confundir com os Gripen da Força Aérea Brasileira, da série E/F), mas não houve negociação com a fabricante sueca até o momento. Outro caça na disputa do contrato filipino, o Lockheed Martin F-16 Block 70/72 foi considerado muito caro pelas autoridades do país. Ao todo, Filipinas pretende adquirir 12 aviões de combate.

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Para o fabricante sul-coreano, um contrato com Filipinas pode ser facilitado pelo fato da força aérea já operar o jato leve KAI T-50, que atualmente é a principal aeronave de combate em serviço no país. O KF-21, porém, ainda está em fase de desenvolvimento e deve ser concluído somente no final desta década, ao passo que o Gripen e o F-16 já são produtos consolidados. A última aeronave de caça operada pela força aérea filipina foi o Northrop F-5, que foram aposentados em 2005.

Parece, mas não é: formato do KF-21 lembra o design do F-22 Raptor, mas o jato coreano é menos avançado (Asia Times)

“A (força aérea) está monitorando (o KF-21), não podemos fechar nossas opções quando há novos sistemas que podem competir com outros sistemas e que podem se encaixar em nossa necessidade de defesa. Nos dias de hoje, o estágio de prototipagem de qualquer sistema pode ser feito mais rapidamente devido à tecnologia disponível, e podemos vê-lo em campo em breve”, comentou o coronel Mariano.

Meio coreano, meio indonésio

O KF-21 é um programa desenvolvido em parceria entre a KAI e a Indonesian Aerospace, da Indonésia. O projeto foi iniciado em 2001 sob o codinome KF-X por iniciativa da Coreia do Sul e os indonésios entraram no empreendimento em 2010. A fabricante sul-coreana também trabalha numa versão da aeronave para dois pilotos.

A ideia inicial dos projetistas era criar um caça bimotor de 5ª geração com capacidade stealth. Posteriormente, prevendo custos elevados e um maior tempo de desenvolvimento, os requisitos do projeto foram rebaixados à pedidos da força aérea da Coreia do Sul, que passou a pedir um jato de geração 4,5 com performance stealth limitada.

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O primeiro caça KF-21 de dois lugares (KAI)

Um dos pontos que impedem o Boramae de ser um autêntico caça da quinta geração é o fato dele levar seus armamentos em pontos externos. Essa característica vai contra a filosofia dos caças furtivos (ou stealth, no jargão em inglês), que conseguem diminuir significativamente sua assinatura radar ao “esconder” suas armas em compartimentos internos.

Segundo dados da KAI, a versão final do KF-21 terá peso máximo de decolagem de 25.400 kg e poderá voar a velocidade máxima de Mach 1.8 (2.222 km/h). A entrada em serviço da aeronave com a força aérea da Coreia do Sul é esperada para meados de 2028.

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