A Southwest Airlines, a maior companhia aérea low cost do mundo, anunciou o fim da política de duas malas gratuitas por passageiro, deixando de ser a última empresa dos EUA a oferecer esta cortesia para seus passageiros.
É uma das maiores mudanças nos serviços da empresa desde que ela realizou o primeiro voo, há quase 54 anos. Pela nova política, passagens compradas após 28 de maio deste ano não terão mais direito a duas malas gratuitas, que deverão ser adquiridas no ato da compra.
Os passageiros que possuem cartão de crédito da Southwest e aqueles que são Elite e elegíveis para A-List terão a cortesia de uma bagagem despachada gratuitamente, e os A-List Preferred manterão duas malas grátis por voo.
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A decisão de cobrar por bagagem despachada foi assunto entre os principais executivos da aviação nos EUA. A Delta Air Lines disse que o fim da política de bagagem gratuita fará que os passageiros da Southwest busquem alternativas.
Já Scott Kirby, CEO da United Airlines, foi mais taxativo: “o assassinato da vaca sagrada”, pois a companhia afirma que seus alicerces com os clientes são: voos no horário, passagens baratas e duas malas grátis, ao ponto de colocar em seu website o slogan Two bags fly free – duas malas voam de graça.

Pressão de um investidor conhecido no Brasil
A postura da Southwest vem na esteira na compra de 11% da empresa aérea pela gestora de ativos Elliott Investiment Management no ano passado. Ela é um nome familiar na aviação brasileira. Os então acionistas da Avianca Brasil, os irmãos German e José Efromovich, contraíram empréstimos com a Elliott e usaram as ações da Avianca Brasil como garantia.
A Elliott é conhecida por ser um “fundo abutre”, que vê oportunidades em negócios de alto risco, mas que podem gerar bons rendimentos. O fundo era um dos principais detentores da dívida pública argentina no passado.
O fundo vem pressionando a empresa aérea a buscar formas de melhorar a performance financeira, como fim de assentos de escolha livre e a primeira demissão em massa da história. Entretanto, ao praticar as mesmas estratégias que suas rivais, a Southwest pode perder a atratividade que fez dela a maior operadora doméstica dos Estados Unidos.

Ano passado, durante apresentação aos investidores, a empresa foi enfática que os ganhos de US$ 1 bilhão em bagagens despachadas não cobriria a perda de US$ 1,8 bilhão em participação do mercado. A Southwest chegou a afirmar que a política de bagagem gratuita gera ganhos de participação de mercado em relação a política de cobrança das mesmas.
Com exceção de 2020 e 2021 por causa da pandemia, a Southwest Airlines nunca teve prejuízo anual desde 1973, apesar da queda de lucro dos últimos anos, devido a concorrência com as full services carriers (American, Delta e United) e as ultra low cost carriers (ULLC) como a Spirit e a Allegiant e da jetBlue, que foi inspirada no modelo de negócios da Southwest.