Fokker 100 se acidenta após a decolagem no Casaquistão

Com 23 anos em operação, jato da companhia Bek Air levava 98 pessoas a bordo, 12 dos quais faleceram, segundo autoridades do país
A Bek Air possui 10 jatos Fokker 100 em sua frota (Bek Air)
A Bek Air possui 10 jatos Fokker 100 em sua frota (Bek Air)

Um Fokker 100 da companhia Bek Air, do Casaquistão, se acidentou na manhã desta sexta-feira (27) quando decolava da cidade de Almaty, no sul do país. A aeronave, prefixo UP-F1007, voava desde 1996 e era uma das dez que a companhia possuía em sua frota. Imagens do local do acidente mostram que o jato holandês partiu-se ao cair ainda dentro do perímetro da pista e então se chocar com um prédio de dois andares ao lado do aeroporto.

Informações do site Flight Radar revelam que o Fokker 100 chegou a atingir uma velocidade de 150 nós (cerca de 280 km/h) antes de sair do solo, quando então a velocidade caiu brutalmente.

Segundo relatos de sobreviventes, o jato teria se inclinado para direita e caído em ângulo. Das 98 pessoas a bordo, cinco delas tripulantes, 12 haviam falecido, segundo autoridades do Casaquistão.

Investigação

“Antes de cair, a aeronave tocou a pista com a cauda duas vezes, com o trem de pouso recolhido”, afirmou o vice-primeiro-ministro Roman Sklyar aos jornalistas, que completou: “Uma comissão estabelecerá se foi um erro do piloto ou problemas técnicos. A pista estava em ótimas condições”.

O aeroporto de Almaty possui duas pistas paralelas com cerca de 4,5 km de extensão, o que é bem mais do que o necessário para um jato como o Fokker 100 decolar mesmo com seu peso máximo de decolagem – as pistas ficam a cerca de 680 metros de altitude, um pouco menos do que Congonhas, em São Paulo.

O jato da Bek Air se partiu ao cair e parte da fuselagem atingiu uma casa de dois andares ao lado da pista (Reprodução)

Por falar no aeroporto da capital paulista, a queda do jato da Bek Air fez lembrar de imediato o acidente com o Fokker 100 da TAM em outubro de 1996. Embora seja precipitado ver alguma relação entre os dois acidentes tão cedo, fato é que algumas características são parecidas. O avião brasileiro teve problemas com seu reversor direito, que se abriu logo após o avião deixar a pista.

A falha, inesperada pela tripulação, acabou levando os pilotos a tentar acelerar a aeronave, o que acabou ampliando os efeitos do reversor em voo. O jato, prefixo PT-MRK, acabou se precipitando sobre casas centenas de metros após a cabeceira num ângulo semelhante ao relatado pelas testemunhas do avião da Bek Air.

O mais provável, no entanto, é que se trate apenas de uma coincidência, afinal o defeito no reversor foi corrigido há mais de duas décadas e desde então não houve mais casos desse tipo.

O Fokker 100 acidentado, número de série 11496, foi um dos últimos a ser fabricado pela empresa holandesa, que fechou as portas em 1997 com 283 unidades do jato regional entregues. Atualmente, os exemplares que ainda operam estão concentrados em países como o Irã e a Austrália.

Imagem do Flight Radar mostra os últimos segundos do voo (Reprodução)

Veja também: Fokker 100 faz pouso forçado no Irã

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